Velejadora de Ilhabela participa da regata internacional Recife-Fernando de Noronha

A Regata Internacional Recife – Fernando de Noronha (Refeno) considerada a mais longa do país  será iniciada no sábado, dia 23, com um percurso de 300 milhas náuticas, cerca de 560 quilômetros. O recorde da regata é de 2007, e pertence ao Veleiro Adrenalina Pura, da Bahia, que tinha como comandante Georg Ehrensperger, que fez a travessia em 14 horas, 34 minutos e 54 segundos.

A regata foi criada em 1986, com apenas 22 participantes, época em que estes contavam apenas com os astros para determinar sua rota de navegação. Em constante evolução vem atraindo, todos os anos, competidores do Brasil e de várias partes do mundo. E não é difícil entender por quê. O mar, o vento e o clima de Pernambuco são ideais para a navegação. E as paisagens, tanto na partida quanto na chegada, são das mais belas do país.

Os barcos partem do Marco Zero, ponto turístico do Recife e seguem com destino a Fernando de Noronha, ilha oceânica de águas cristalinas, onde é possível encontrar natureza pura, com golfinhos e atobás fazendo a festa dos visitantes. São 300 milhas náuticas de percurso, ou 560 km entre céu e mar.

Representante de Ilhabela(SP)

Marina Bidoia, de 24 anos, vai participar da competição sozinha

 

A velejadora de Ilhabela, Marina Bidoia, de 24 anos, vai participar da competição sozinha. Marina é arquiteta naval e tem mais de 5 mil milhas navegadas entre regatas e deliveries na américa do sul. A velejadora acabou de finalizar uma temporada na Europa, onde velejou mais de 1700 milhas em regatas em dupla na classe Mini 6.50.

Em entrevistas concedidas à imprensa ela contou que fará a travessia no barco Menina, de 6,5 metros de comprimento. Explicou que será a sua primeira navegação sozinha, onde será capitã e tripulação. “Vou colocar tudo que aprendi à prova, o maior desafio que já me propus a realizar até agora. Pensei muito sobre onde fazer esta primeira navegação e concluo que deve ser feita no Brasil, onde tudo começou, ao lado de quem me acompanha desde o princípio”, detalhou.

“Minha família não tem tradição na Vela, mas eu e meu pai começamos nesse mundo juntos; ele na Vela de Oceano, eu no Optimist. Para mim não foi amor à primeira vista, abandonei rapidamente os pequenos barquinhos, mas anos depois, foi minha vez de me encantar pelos barcos oceânicos”, contou.

O barco não tem cozinha e nem, banheiro, mas segundo ela, oferece boas condições de navegação. “Me preparei muito, estou tranquila”, cotou Marina durante entrevista concedida a uma emissora de televisão da Bahia.  Ela disse que aprendeu a velejar com o pai e que a falta de cozinha e banheiro não irá prejudicar a sua participação. Vou levar comida enlatada, pré-pronta, com nutrientes e água”, explicou.

Sobre as maiores dificuldades da regata, segundo ela, deverá  ser o fato da Refeno ser a regata mais longa do país e o sono. “Estou planejando interromper o sono de 15 em 15 minutos para conferir a rota e não correr o risco de acidente. Tenho que manter a concentração durante todo o tempo que durar a travessia”, explicou. Marina disse que apesar de competir sozinha,  contará com vários barcos de suporte, caso necessite.

 

A Organização

Organizada pelo Cabanga Iate Clube de Pernambuco, a Refeno quebrou um recorde em 2004 com mais de 140 barcos inscritos na regata. Veleiros de tamanhos e categorias diferentes. E o grande vencedor foi o Ave Rara, um trimarã de Pernambuco, embarcação espartana e muito veloz, comandada por Vicente Gallo.

As classes

Todos os anos, participam embarcações de diversas classes como: ORC, VPRS, RGS, Mocra, Multicascos: Catamarãs e Trimarãs, Metal, Bico de Proa, Aberta e Turismo. Algumas dessas classes precisam apresentar o certificado de Medição, com validade anual, onde será aplicada de acordo com a correção do tempo corrigido.

Uma das classes escolhidas por alguns velejadores é a classe turismo, para aqueles que desejam participar da regata sem nenhuma penalização, apenas passear.

O recorde

O atual recorde é do Veleiro Adrenalina Pura, da Bahia, que tem como comandante Georg Ehrensperger que conquistou a marca de 14 horas, 34 minutos e 54 segundos em 2007.

O recorde dos monocascos é do veleiro gaúcho Camiranga, comandado por Gabriel Samuel Albrecht, que em 2017 fez a travessia em 19h03min18.

A Premiação

Mas não é apenas o barco que chega primeiro que recebe prêmio na regata mais charmosa do Brasil. Além do Fita Azul, os três primeiros colocados das diversas classes também recebem troféus. Outras premiações também fazem a alegria dos competidores, como o primeiro estrangeiro a cruzar a linha de chegada, o barco que vem de mais longe, o tripulante mais jovem, o mais velho e o barco com maior percentual de mulheres a cruzar a linha de chegada e não termina por ai, ainda tem prêmio para o penúltimo colocado que leva o Troféu Tamar: tartaruga marinha.

E é assim, festejando do primeiro ao último colocado, que a Refeno faz sucesso. Ela é muito mais do que uma simples competição; um ponto de encontro de amigos, que escolheram a vela como estilo de vida.

Resultado da 33ª edição de 2022

Barco Classe Hora Saída Data Chegada Hora Chegada Penalização/Reparação Tempo Real
1 Aventureiro 4 MOCRA 13:30:00 25/09/2022 22:19:56
32:49:56
2 JAHU 2 Catamarã B 13:30:00 26/09/2022 01:31:37
36:01:37
3 Reforça D4 Catamarã A 13:30:00 26/09/2022 01:54:28
36:24:28
4 Tapioca ycsa team RGS A 13:00:00 26/09/2022 01:34:17
36:34:17
5 SUZY DEAR Aberta A 13:00:00 26/09/2022 02:30:40
37:30:40
6 ALGO+ Catamarã B 13:30:00 26/09/2022 03:20:44
37:50:44
7 Marujo’s STANLEY VPRS 12:30:00 26/09/2022 02:41:39
38:11:39
8 For Sale RGS A 13:00:00 26/09/2022 03:15:12
38:15:12
9 PAPA LEGUAS SAILING VPRS 12:30:00 26/09/2022 03:12:58
38:42:58
10 Sagma Aberta A 13:00:00 26/09/2022 04:25:16
39:25:16

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