Bicampeão mundial Filipinho Toledo começa a planejar participação no mundial de 2024 e nas Olímpiadas de Paris

Primeiro brasileiro a conquistar dois títulos mundiais de surfe seguidos, em 2022 e 2023, o bicampeão Filipe Toledo, de 28 anos, começa a planejar sua performance no próximo mundial e nas olímpiadas de Paris em 2024

 

O surfista de Ubatuba comemorou a conquista do bicampeonato em duas festas realizadas na Califórnia, uma oficial promovida pela WSL, entidade organizadora do circuito mundial e outra, com os amigos Gabriel Medina e Yago Dora, entre outros.

 

Filipe que teve uma excelente campanha em 2023, vencendo três etapas, em Sunset, no Havaí; em Jeffreys Bay, na Austrália; e, em Punta Roca, em El Salvador. Ele venceu o WSL Finals, sábado, dia 9, em Trestles, na Califórnia, mantendo a hegemonia do Brasil no principal circuito de surfe.

 

De 2014 para cá, quando o também paulista Gabriel Medina foi campeão mundial pela primeira vez, o país esteve sete vezes no topo em nove disputas. As exceções foram em 2016 e 2017. Desde 2018, o título fica com um brasileiro. Medina segue como surfista do país com mais títulos mundiais, com três conquistas. Além dele e de Filipinho, Adriano de Souza (Mineirinho) e Ítalo Ferreira também foram campeões.

 

Filipinho Toledo faturou R$ 1 milhão com a vitória no WSL Finals. Ao longo de 2023, ele teria faturado cerca de US$ 620 mil algo em torno de R$ 3 milhões, fora o que arrecadou com seus patrocinadores.

 

O surfista de Ubatuba estreou na elite do surfe mundial em 2013. De lá para cá, foram 15 vitórias e dois títulos mundiais. Ele mora com a família, a mulher Ananda e os dois filhos, Mahina e Koa, em San Clemente, na Califórnia, desde 2014. Os pais Mari e Ricardinho vivem com o bicampeão mundial de surfe.

 

Olímpiadas

 

Filipe Toledo surfando em Teahupoo, no Taiti

Filipinho vai representar o Brasil nas Olímpiadas de Paris em 2024. Ele e Chumbinho já garantiram suas vagas. Uma terceira vaga pode surgir em 2024. Gabriel Medina tenta conquistar essa vaga que será disputada no Isa Games.

 

Ele contou em encontro virtual com a imprensa brasileira, que se sente bem no Taiti, onde acontecerão dos Jogos Olímpicos de 2024, mas não sabe se o local seria apropriado para a disputa.

 

As disputas do surfe serão realizadas em Teahupoo, no Taiti, parte da Polinésia Francesa. Ele disse que deverá fazer alguns treinos em Teahupoo até as olímpiadas. “Essa parte de dedicação, treinamento e experiência é sempre bom. E é algo que eu já estou encaminhando também. E daqui para lá é um voo de 8 horas. Para nós que viajamos o mundo o ano todo isso é nada, quase ponte aérea, um voo só daqui para lá. Treino por três ou quatro dias e retorno”, contou.

 

Filipinho disse ainda que o Comitê Olímpico do Brasil (COB) preparou uma boa estrutura no Taiti para alojar a equipe brasileira. A Casado Surfe montada pelo COB oferecerá serviços como transporte aéreo e terrestre, alimentação brasileira, hospedagem, serviços médicos, fisioterapia, área de força e condicionamento, vídeo-análise, além de um jet ski para resgate e barco de apoio.

 

“Eu amo o Taiti, é incrível, mas se é o melhor local para fazer as Olimpíadas, eu não sei”, afirma. “Porque não terão apenas os Estados Unidos, Brasil e a Austrália… tem gente que não tem onda para surfar. No Isa (em El Salvador, com vários surfistas iniciantes), agora, tinha gente que estava indo reto e de lado. Eu acho meio perigoso. Mas é uma decisão da organização e segue o plano”, comentou.

 

Ele se refere às ondas pesadas, tubulares e perfeitas de Teahupoo, no Taiti, que são o sonho de qualquer surfista. Mas o local é também conhecido pelas bancadas de corais. Quando entra o “swell“, formam-se verdadeiras “bombas” sobre o recife, a menos de 1 metro de profundidade.

 

Filipe Toledo sonha com o domínio absoluto do Brasil nos Jogos Olímpicos. Ele acredita que o país tem grande chances de conquistar a vaga extra que estará em disputa no Mundial da ISA 2024 e transformá-la em um pódio triplo. Se isso acontecer, além dele e João Chianca já classificados, o sebastianense Gabriel Medina também entrará na briga por medalhas nas ondas de Teahupoo.

 

“O surfe é sobre essas coisas, essas atitudes. Por que não aumentar as nossas chances de ganhar uma medalha? Pode ser bom para o Italo que ganhou uma medalha, mas que abriu portas para o surfe. Pode ser eu que vá ganhar uma medalha, vai abrir portas para o Gabriel, vai abrir portas para o João, vai abrir portas para o surfe. A gente ganha com tudo isso, a gente sempre vai ganhar com tudo isso. Então por que não ouro, prata e bronze? Pode acontecer, seria histórico”, comentou

 

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