A Prefeitura de Ubatuba, através da Secretaria de Esportes decidiu suspender as aulas da escolinha municipal de surfe na praia do Perequê-Açu. O motivo: a praia foi classificada como imprópria para banho pela Companhia de Tecnologia e Saneamento Ambiental de São Paulo (Cetesb).
O boletim divulgado pela Cetesb na quinta-feira, dia 31, classificou como poluídas 10 das 24 praias de Ubatuba localizadas no continente: Picinguaba, Félix, Itamambuca ( em dois pontos), Perequê-Açu, Iperoig, Itaguá ( em dois pontos), Enseada, Perequê-Mirim, Lázaro e Dura.
As praias classificadas como impróprias o banho de mar deve ser evitado devido ao risco de doenças transmitidas pelo esgoto presente na água. As praias impróprias são sinalizadas com bandeira de cor Vermelha pela Cetesb. No Perequê-Açu funciona a sede da Escolinha Municipal de Surfe.
A prefeitura, através da Secretaria de Esportes, decidiu suspender as aulas, onde 160 alunos apreendem o surfe. Segundo a prefeitura, os alunos podem participar das aulas da escolinha da Praia Grande enquanto a praia do Perequê-Açu estiver imprópria para uso.
O secretário Fábio Rossi em entrevistas concedidas aos órgãos de imprensa de Ubatuba, alegou que por conta da bandeira vermelha, a prefeitura suspendeu as atividades das aulas de surf do Perequê-Açu, devido à qualidade da água. Ele alegou que não poderia pôr em risco a contaminação dos atletas e que as aulas foram suspensas até que seja feita nova análise.
A praia do Perequê-Açu está imprópria para banho há duas semanas. No dia 20 de agosto, o boletim emitido pela Cetesb havia classificado a praia como poluída. O boletim emitido dia 27, apontou a praia do Perequê-Açu novamente como imprópria para uso.
A praia do Perequê-Açu sedia a primeira sede da Escolinha Municipal de Surfe de Ubatuba. A sede foi inaugurada em 2018 e teve um custo de R$ 413 mil, recursos obtidos através de um convênio firmado na época pela prefeitura, através da Empresa Municipal de Desenvolvimento Urbano(Emdurb), com a Caixa Econômica Federal e o Ministério dos Esportes.
Saneamento básico
Ubatuba tem o pior índice de saneamento básico entre as cidades do litoral norte com apenas 45% de suas moradias atendidas com coleta e tratamento de esgoto. Em 2020, a prefeitura renovou o contrato com a Sabesp que previa investimentos de R$ 687% milhões em água e esgoto no município.
Com relação ao saneamento básico a previsão era de até 2022 investimentos de R$ 78,7 milhões e entre 2023 e 2035, mais R$ 313,7 milhões com a cidade chegando a 96% de moradias atendidas com coleta e tratamento de esgoto.
Entre as obras iniciadas na cidade estão o sistema de esgoto (Estação Elevatória de Esgotos Final – EEE Tamoios) da região central da cidade. Segundo a prefeitura, a tubulação, com extensão total de 1,7 km, será responsável pela interligação e encaminhamento dos esgotos dos bairros da região central.
No início deste ano, a prefeitura informou que conseguiu, por meio de tratativas com a Sabesp, adiantar os prazos de importantes investimentos e a expectativa era saltar de 45% de coleta de esgoto para em 88% até o ano que vem, 2024.
Segundo a Sabesp, com a obra, o sistema se tornará o último ponto da coleta de todo o esgoto do centro, fazendo o encaminhamento para o tratamento na Estação Principal, que também está em obras, com previsão de término ainda em 2023.
Essas iniciativas somam R$ 46,7 milhões e devem gerar cerca de 400 oportunidades de trabalho, garantindo mais qualidade de vida à população e beneficiando o meio ambiente da cidade.
Ainda segundo a prefeitura, além das obras da EEE Tamoios, em 2022 a Sabesp ainda se comprometeu a realizar mais de 4 mil ligações de esgoto no bairro do Perequê-Açu; também foram assinados termos de compromisso e parceria para a execução de cronograma de atendimento com obras de saneamento para áreas irregulares e em processo de regularização, como acontece nos bairros Sesmaria, Cachoeira dos Macacos e Recanto Itamambuca.