Caraguatatuba avalia pacientes com possível diagnóstico de hanseníase

Em continuidade a ação estratégica do projeto ‘Sasakawa’, do Ministério da Saúde em parceria com a Organização Pan-Americana de Saúde, a Prefeitura de Caraguatatuba, por meio da Secretaria de Saúde, finalizou na quarta-feira (23), mais uma etapa da avaliação dos pacientes que apresentam alterações para hanseníase.

#PraTodosVerem: Profissional de saúde pinça parte do cotovelo da paciente para exame (Foto: Divulgação/PMC)

A avaliação ocorreu no Centro de Especialidades Médicas (CEM) e contou com o representante do Ministério da Saúde, Alexandre Casimiro, que auxiliou os profissionais com novas técnicas de padronização para o exame de baciloscopia.

A hanseníase é uma doença que se manifesta por meio de sinais e sintomas dermatoneurológicos como lesões de pele e de nervos periféricos, principalmente nos olhos, mãos e pés. O seu diagnóstico é essencialmente clínico e epidemiológico. Quando o doente inicia o tratamento, ele deixa de ser transmissor, pois os bacilos são mortos nas primeiras doses da medicação.

A doença pode atingir pessoas de todas as idades e de ambos os sexos, sendo a incidência maior em indivíduos do sexo masculino. Crianças raramente são afetadas, no entanto, observa-se que quando crianças menores de 15 anos adoecem há uma maior endemicidade da doença.

O exame baciloscópico do raspado intradérmico (baciloscopia) é o método mais comum utilizado por ser de fácil execução, pouco invasivo e de baixo custo. A partir disso, o material é enviado ao laboratório para análise e dependendo do resultado o tratamento é iniciado imediatamente com as medicações necessárias.

#PraTodosVerem: Profissional de saúde mostra papel com informações do exame para enfermeiras (Foto: Divulgação/PMC)

“O município continua empenhado nas ações de capacitação e aprimoramento na avaliação dos pacientes suspeitos de hanseníase”, destaca a coordenadora da Atenção Básica, Alexandra de Matos.

A doença

A hanseníase é uma doença infecciosa causada por um bacilo chamado Mycobacterium leprae. Ela atinge pele e nervos, gera redução da força muscular e produz manchas, sensações como formigamento, dormências e outras formas de perda de sensibilidade.

A doença sempre foi cercada de preconceito e foi chamada, durante muito tempo, de “lepra”. Conscientizar a população sobre esse termo pejorativo é um dos intuitos da campanha, além de desmascarar mitos sobre como ela é transmitida.

Sinais e sintomas:

– sensação de formigamento, fisgadas ou dormência nas extremidades;

– manchas brancas ou avermelhadas, geralmente com perda da sensibilidade ao calor, frio, dor e tato;

– áreas da pele aparentemente normais que têm alteração da sensibilidade e da secreção de suor;

–caroços e placas em qualquer local do corpo;

– diminuição da força muscular (dificuldade para segurar objetos).

Como se transmite?

Os pacientes sem tratamento eliminam os bacilos através do aparelho respiratório superior (secreções nasais, gotículas da fala, tosse, espirro). O paciente em tratamento regular ou que já recebeu alta não transmite. A maioria das pessoas que entram em contato com estes bacilos não desenvolve a doença. Somente um pequeno percentual, em torno de 5% de pessoas, adoecem. Fatores ligados à genética humana são responsáveis pela resistência (não adoecem) ou suscetibilidade (adoecem). O período de incubação da doença é bastante longo, variando de três a cinco anos.

#PraTodosVerem: Profissional de saúde pinça parte do cotovelo da paciente para exame (Foto: Divulgação/PMC)

Como tratar?

A hanseníase tem cura. O tratamento é feito nas unidades de saúde e é gratuito. A cura é mais fácil e rápida quanto mais precoce for o diagnóstico. O tratamento é via oral, constituído pela associação de dois ou três medicamentos e é denominado poliquimioterapia.

Como se prevenir?

É importante que se divulgue junto à população os sinais e sintomas da doença e a existência de tratamento e cura, através de todos os meios de comunicação. A prevenção baseia-se no exame dermato-neurológico e aplicação da vacina BCG em todas as pessoas que compartilham o mesmo domicílio com o portador da doença, após avaliação médica.

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