Ubatuba tem a maior população quilombola entre as cidades do litoral norte paulista e sul-fluminense

Censo 2022 feito pelo IBGE constatou 1.371 quilombolas em Ubatuba; 852 em Angra e 763 em Paraty

O Censo Demográfico 2022 mostrou que a população quilombola residente no Brasil é de 1.327.802 pessoas, correspondendo a 0,65% da população. Há 1.696 municípios com população quilombola e 473.970 domicílios particulares permanentes com moradores quilombolas. Dados da pesquisa Censo 2022 – Quilombolas: Primeiros Resultados foram divulgados nesta quinta-feira (27) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Quilombolas são povos de regiões remanescentes de quilombos, que eram as comunidades formadas por escravos fugitivos na época da escravidão no Brasil. A pesquisa feita pelo IBGE é considerada inédita no país.

A região que concentra a maior quantidade é o Nordeste, com 905.415 quilombolas, correspondendo a 68,2% da população quilombola, seguida do Sudeste com 182.305 pessoas e o Norte com 166.069 pessoas, ambas contabilizando 26,24% da população quilombola. Com 5,57% da população quilombola, as regiões Centro-Oeste e Sul têm 44.957 e 29.056 pessoas, respectivamente.

Dos 5.568 municípios brasileiros, 1.696 tinham moradores quilombolas. Senhor do Bonfim (BA) destaca-se por ser o município com a maior quantidade absoluta de pessoas quilombolas, com 15.999, seguido de Salvador, com 15.897, Alcântara (MA) com 15.616 e de Januária (MG) com 15 mil pessoas.

Litoral Norte Paulista e Sul-Fluminense

 

Ubatuba, é a que possui atualmente maior população quilombola entre as cidades do litoral norte paulista e sul-fluminense, Segundo o IBGE, dos 92.980 moradores da cidade, 1,5% deles, 1.371 pessoas, são quilombolas.  Ubatuba possui quatro quilombos: Caçandoca, Camburi, Fazenda Picinguaba e Sertão de Itamambuca. Não houve registro de população quilombola em Caraguatatuba, São Sebastião, Ilhabela e Bertioga, municípios que integram o litoral norte paulista.

No litoral sul-fluminense, foram constatadas população quilombolas em Paraty, Angra, Mangaratiba e Rio Claro. Em Angra, 0,5% da população de 167.418 pessoas, é quilombola: 852 moradores. Em Paraty, 1,7% da população atual estimada em 44.872 pessoas é quilombola: 763 moradores. Mangaratiba com 41.220 moradores conta com 929 quilombolas. A cidade de Rio Claro com 17.401 moradores conta com 148 quilombolas.

 

Brasil

 

Segundo Marta Antunes, responsável pelo Projeto de Povos e Comunidades Tradicionais do IBGE, a distribuição geográfica dos quilombos tem vínculo com todo o processo de colonização e escravização, mas também com a resistência a essa situação histórica que levou a várias ocupações territoriais com concentração perto e ao longo dos rios.

“A população quilombola se identifica não só pelo processo de escravização, mas principalmente pela resistência à opressão histórica como está no Decreto 4887”, disse.

Do universo de 72,4 milhões domicílios particulares permanentes ocupados recenseados no Brasil, 473.970 têm pelo menos um morador quilombola, correspondendo a 0,65% dos domicílios do país. Nas residências onde há pelo menos uma pessoa quilombola, a média de moradores é mais alta (3,17) do que no total de domicílios do país (2,79).

No universo das pessoas quilombolas residentes no país, as pessoas localizadas nos 494 territórios quilombolas oficialmente delimitados representam 12,59% dessa população (167.202 pessoas), de modo que 1.160.600 (87,41%) pessoas quilombolas encontram-se fora de áreas formalmente delimitadas e reconhecidas.

*Com informações da Agência Brasil/edição: Maria Claudia

 

 

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