Prefeitura de Angra inicia campanha para proteção e segurança de pinguins

A Prefeitura de Angra dos Reis em parcerias com entidades está promovendo uma campanha para proteger pinguins que surgirem nas praias e ilhas do município durante o inverno.

 

A campanha usa as redes sociais e cartazes com informações e orientações importantes para quem encontrar um pinguim nas praias. Confira alguns cuidados para garantir a segurança e o bem-estar dos visitantes:

 

Tente improvisar uma sombra para o animal;

 

Não tente alimentar o animal e não o devolva para a água;

 

Mantenha distância e evite contato com o pinguim;

 

Ligue para as equipes do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS) pelo número 0800-999-5151 e solicite o resgate do animal.

 

Lembre-se: nossa interação com a vida selvagem deve ser sempre responsável e respeitosa. Contribua e proteja essas criaturas adoráveis!

No ano passado, 10 animais da espécie pinguim-de-magalhães (Spheniscus magellanicus) foram devolvidos ao habitat natural em Angra dos Reis (RJ).

Estes pinguins foram encontrados debilitados em praias de Paraty, Angra dos Reis, Mangaratiba, Rio de Janeiro, Niterói e Maricá.

Eles receberam tratamento veterinário do Projeto de Monitoramento de Praias Bacia de Santos (PMP-BS) até serem considerados aptos para o retorno ao habitat natural.

A soltura foi realizada em alto mar, respeitando as melhores condições de maré para que os animais completem o trecho de migração até a Patagônia Argentina.

O trabalho teve o apoio logístico do Núcleo de Gestão Integrada ICMBio Paraty, do Parque Nacional da Serra da Bocaina (RJ/SP), da Estação Ecológica de Tamoios (RJ) e da APA Cairuçu (RJ).

Litoral Norte/SP

A equipe do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS) do Instituto Argonauta já vem registrando desde junho  ocorrências em Ubatuba e São Sebastião, com informações do aparecimento de pinguins vivos e mortos em Ilhabela. A temporada dos pinguins na região iniciou em junho, mas o pico esperado, ocorre entre os meses de julho e agosto, e vai até outubro.

De acordo com o oceanógrafo e presidente do Instituto Argonauta Hugo Gallo Neto, os pinguins permanecem na água durante a época não reprodutiva, que perdura entre os meses de abril e setembro. “Nesta época, eles saem em busca de alimento se aventurando por distâncias mais longas, podendo chegar até o nosso litoral sudeste”, detalha o oceanógrafo. “É neste período que esses animais são encontrados, muitas vezes fracos, debilitados e necessitando de cuidados. Aqui na região, estes animais são resgatados e encaminhados para o Centro de Reabilitação e Despetrolização de Ubatuba, para que depois de reabilitados sejam devolvidos à natureza”, acrescenta.

Os pinguins-de-magalhães são aves marinhas com o corpo adaptado para viverem na água, mas não voam, e têm suas asas modificadas em nadadeiras. Alimentam-se principalmente de peixes, cefalópodes (como polvos e lulas), e pequenos crustáceos, (como krill). Eles são predadores habilidosos na água e usam suas nadadeiras e bicos para capturar suas presas.

Ao contrário do que muitos imaginam, os pinguins-de-magalhães não são polares e, por isso, não estão adaptados a baixas temperaturas. A bióloga Carla Beatriz Barbosa, coordenadora do PMP-BS no trecho 10 do Instituto Argonauta, alerta que, ao encontrar um pinguim vivo ou morto nas praias do Litoral Norte, pode ligar no 0800 642 3341 e, caso o animal permita (tomando cuidado para não ser bicado nos olhos), colocá-lo em um lugar seco, como por exemplo uma caixa de papelão, envolto em uma toalha ou jornal para mantê-lo aquecido, mantendo a ave marinha em local seguro de outros animais como cachorros, gatos e urubus até a chegada do resgate especializado.

De acordo com a Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas (em inglês, IUCN Red List ou Red Data List), o pinguim-de-magalhães (Spheniscus magellanicus) está classificado no grupo “segura ou pouco preocupante”, (em inglês, least concern), que é a categoria de risco mais baixo. Espécies abundantes e amplamente distribuídas são incluídas nesta categoria. No entanto, a espécie sofre com os impactos da interação antrópica, a exemplo de outros animais marinhos, causados pela pesca, os efeitos das mudanças climáticas e alterações no ambiente marinho.

 

Brasil 2022

 

Segundo dados do Projeto de Monitoramento de Praias, de janeiro a novembro, foram encontrados 11.494 pinguins no litoral brasileiro. Santa Catarina é o estado com maior incidência, com 6887 pinguins encontrados; seguida de São Paulo, com 2562 animais e Paraná, com 1918 animais. No Rio de Janeiro foram registrados 76 pinguins.

Os animais foram resgatados debilitados e muitas vezes machucados, sendo necessário um tratamento para que reaprendessem a comer e a nadar sozinhos. A veterinária Anneliese Kyllar explica que “todos os anos, no inverno, os Pinguins-de-magalhães iniciam o período migratório com destino a costa brasileira em busca de alimento. Durante esse período, muitos deles (principalmente indivíduos juvenis) vivenciam situações ambientais ou interações antrópicas como ingestão de lixo e interações com rede de pesca, que levam ao encalhe. Esses animais são encontrados nas praias apresentando sintomas graves de exaustão, caquexia, desidratação e trauma, sendo encaminhados para os centros de reabilitação para tratamento veterinário”, explica Anneliese.

Sobre o PMP-BS

Estruturados e executados por nós para o atendimento de condicionante do licenciamento ambiental federal conduzido pelo IBAMA, é o maior programa de monitoramento de praias do mundo. Atualmente, nós mantemos quatro PMPs, que, juntos, atuam em 10 estados litorâneos, abrangendo mais de três mil quilômetros de praias em regiões onde a companhia atua. O PMP da Bacia de Santos é o mais recente da companhia, foi criado em 2015 e está presente no Sul e no Sudeste, desde Laguna/SC até Saquarema/RJ.

O PMP atua em parceria com diversas organizações científicas e comunidades locais. No Rio de Janeiro, o trabalho é realizado em conjunto com a Econservation. Nas cidades do litoral norte paulista esse trabalho é feito pelo Instituto Argonauta.

O monitoramento é fiscalizado pelo IBAMA e compreende o registro, resgate, necropsia, reabilitação e soltura de mamíferos, tartarugas e aves marinhas, contribuindo para a gestão de políticas públicas para a conservação da biodiversidade marinha.

As equipes dos Projetos de Monitoramentos de Praias atuam diariamente no monitoramento das praias com foco no resgate de animais marinhos vivos debilitados e registro e análise de carcaças de animais mortos.

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