Cresce o número de “caçadores de tesouro” nas praias do litoral norte paulista

Percorrer as areias das praias diariamente se tornou um grande hobby para aposentados do litoral norte paulista

Cresce o número de “caçadores de tesouro” nas praias do litoral norte paulista. Munidos de detectores de metais cada vez mais pessoas, principalmente, aposentados, vasculham as areias das praias em busca de metais valiosos.

 

Nos últimos dois dias, a reportagem localizou cinco pessoas com detectores de metais vasculhando as areias da praia Martim de Sá, em Caraguatatuba. Dos cinco, quatro deles, são aposentados, que praticam o “detectorismo” diariamente por hobby.

 

O “detectorista”, como é conhecido aquele que usa detector de metais para vasculhar a areia das praias, busca objetos perdidos de valor na água ou na areia.

 

Na maioria das vezes, no entanto, encontra mais lixo ou coisas de pouquíssimo valor, como tampinha e lacre [de garrafa e latinha], ao invés de objetos valiosos, como alianças, joias e aparelhos eletrônicos.

 

Na quinta-feira, dia 20, três detectoristas vasculhavam pela manhã as areias da praia Martim de Sá. Raul, de 66 anos; Rafael, de 64 e Wesley, de 28 anos.

 

Os três utilizavam aparelhos detectores de metais avaliados cada um em R$ 2,5 mil. No mercado existem aparelhos de até R$ 15 mil. O aparelho emite um sinal sonoro quando detecta algum material ferroso, entre eles, prata, ouro e alumínio.

 

Wesley disse que pratica o detectorismo há cinco anos. “É um hobby igual pescaria. A gente fica cinco horas pescando e não pega nada. Com o detector de metais é a mesma coisa: a gente passa cinco horas e as vezes não acha nada valioso”, conta Wesley.

 

Wesley disse que caçar tesouro nas praias é igual pescaria: as vezes passa cinco horas na praia e não acha nada valioso

 

Ele disse que acha mais lixo do que objetos de valor. “Muita tampinha de cerveja, prego e pedaços de lata de cerveja. Encontro, as  vezes, alianças, cujo preço varia de R$ 300 a R$ 500”, disse Wesley.

 

Raul, que também pratica o detectorismo há cinco anos, disse que, durante os meses de verão é mais fácil encontrar objetos de valor. “As praias ficam lotadas de banhistas, muitos perdem objetos de valor como correntes, alianças e brincos”, afirma Raul.

 

Durante a conversa, Raul detectou uma faca na areia da praia. Rafael conta que todo material sem valor localizado é recolhido e depositado nas lixeiras da praia. “A gente ajuda a manter a areia e o mar limpos”, brinca Rafael.

 

Raul detectou uma faca na areia da praia

 

Na manhã de sexta-feira, dia 21, encontramos com um casal de “caçadores de tesouro” nas areias da Martim de Sá. “R” e “J” são aposentados, vivem em Caraguatatuba há cinco anos.

 

“R” conta que pratica o detectorismo quase que diariamente. Argumenta que prefere vasculhar as areias das praias de Ilhabela e Ubatuba, que segundo ele, são frequentadas por banhistas de maior poder aquisitivo. A chance de localizar objetos de mais valor é maior na Ilha e em Ubatuba, garante.

 

“J” não quis conceder entrevista. O marido “R” finalizou alegando que o maior prazer do casal durante as caminhadas da  “caça ao tesouro” é poder conviver com a natureza tão bela proporcionada pelas praias do litoral norte.

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