A semana internacional de vela de Ilhabela, considerado o principal evento náutico do país, começou praticamente por acaso ou sem querer na ilha. Tudo teve início em 1969 quando uma regata foi transferida da represa de Guarapiranga, em São Paulo, para ser disputada no Canal de São Sebastião. A partir de 1973 o evento tornou-se anual, se transformando ao longo dos anos no principal evento náútico do país.
Segundo informações obtidas com antigos velejadores, em 1969, uma regata que estava prevista para acontecer na represa de Guarapiranga, na capital paulista, iria ser cancelada devido a “seca” da água da represa causada pela longa estiagem, que atingiu a capital. O nível da água de Guarapiranga diminuiu muito, impedindo a realização da competição de vela.
A regata seria promovida pelos clubes de vela sediados às margens da represa, entre eles, o Iate Clube de Santo Amaro. Como a represa estava sem condições para sediar a competição, os organizadores decidiram transferir a prova para Ilhabela.
Um detalhe interessante, o cartaz que divulgava a competição utilizava as imagens da represa de Guarapiranga. O cartaz faz parte do acervo dos 50 anos da semana de vela de Ilhabela. Confira:
Essa história, de como surgiu ou começou as disputas de vela em Ilhabela, que acabou se transformando na semana internacional de vela e numa das mais importantes competições náuticas do país, foi relembrada pelo prefeito Toninho Colucci esta semana.
Na sua participação semanal na Ilhabela FM, na última terça-feira(18), Colucci lembrou sobre como surgiu a competição de vela na ilha. “Foi por acaso, em 1973, por falta de condições na represa de Guarapiranga, transferiram a competição para Ilhabela”, comentou.
A competição foi realizada com barcos da classe Optimist, os mais utilizados nas disputas que ocorriam na represa de Guarapiranga. A competição foi um sucesso e tornou-se anual. Durante seis anos a competição foi disputada apenas por barcos da classe monotipos. Apenas a partir de 1980, os veleiros de oceano passaram a participar das regatas na ilha.
Segundo Colucci, em 1973, os organizadores e os competidores encontraram boas condições e ótimos ventos no Canal de São Sebastião, que decidiram manter a competição em Ilhabela, todos os anos. “Hoje, temos a maior e a principal competição de vela do país”, afirmou Colucci.
O Iate Clube de Ilhabela, que foi fundado em 1956, tornou-se um dos principais apoiadores dos praticantes de atividades náuticas na região e com o passar dos anos acabou tornando-se responsável pela maior competição de vela da América do Sul, a Semana Internacional de Vela de Ilhabela.
No ano passado, na 49ª Semana Internacional de Vela, participaram 115 barcos e cerca de mil velejadores do Brasil e da Argentina. O Yacht Club de Ilhabela foi responsável pela estrutura que ofereceu as melhores condições possíveis para o bom desempenho dos competidores.
Nesta 50ª edição, mais de 130 barcos de 54 clubes e marinas de todo o Brasil, incluindo 12 equipes argentinas participam do evento, que este ano completa 50 anos. As competições serão realizadas nas classes de HPE30, ORC, Clássicos, C30, BRA-RGS, Bico de Proa, Multicascos e HPE25.
A semana de vela de Ilhabela superlota hotéis, restaurantes, bares, lojas e o comércio de uma maneira geral, gerando renda e empregos na ilha. Ilhabela com cerca de 35 mil habitantes chega a receber mais de 50 mil turistas durante a semana internacional de vela.
Toda a cidade se beneficia com esse evento que atrai turistas, gera empregos e impulsiona a economia local. Os visitantes também podem desfrutar de diversas opções de roteiros turísticos, gastronomia e uma programação cultural recheada de atrações.
O Prefeito Toninho Colucci ressalta a importância deste evento para a cidade, que além de promover o esporte, também contribui para o desenvolvimento econômico e turístico de Ilhabela. Segundo ele, “a Semana Internacional de Vela e a Semana de Monotipos reforçam a vocação náutica do município e atraem turistas de todo o país.
“A Semana de Vela de Ilhabela reúne os melhores velejadores da América do Sul nas competições de Oceano e Monotipos e transforma a cidade em um verdadeiro centro da modalidade. Esta é mais uma oportunidade única para os participantes do evento, moradores e turistas desfrutarem de atividades especiais durante este mês de julho”, destaca o prefeito Toninho Colucci.
As competições fizeram surgir excelentes veladores em Ilhabela, entre eles, Juninho Jesus, que é da seleção brasileira de e aprendeu o esporte com o pai, Mário Sergio, um dos grandes incentivadores da vela na ilha e Alex Di Francesco Kuhl, de Ilhabela, o primeiro brasileiro campeão mundial da classe Optimist.
Os bons velejadores da ilha passaram pelo grêmio de vela de Ilhabela que surgiu em 1970, que teve como instrutor o professor Mário de Souza Oliveira. Nos anos 90 surgiria a Escola Municipal de Vela de Ilhabela, que em 2016, ganhou o nome de “Lars Grael”. A escola atende gratuitamente mais de 100 alunos com idade a partir dos 8 anos.