Moah, da espécie Braco alemão, uma raça de cães desenvolvida na Alemanha, foi condecorada como uma das heroínas durante a catástrofe ocorrida em fevereiro deste ano em São Sebastião ao localizar sob os escombros vítimas da tragédia
A Polícia Municipal de São Sebastião, vinculada à Secretaria de Segurança Urbana (SEGUR), realizou, na segunda-feira, dia 19, uma cerimônia em comemoração aos seus 15 anos de implantação. Além do prefeito Felipe Augusto, várias autoridades prestigiaram o evento.
Na ocasião, a prefeitura e a Polícia Municipal fizeram homenagens para vários agentes da cidade e de municípios do Estado, entre eles, Campinas, Paulínia, Engenheiro Coelho, Artur Nogueira e de São Paulo, que tiveram importante participação humanitária na catástrofe ocorrida na cidade em 19 de fevereiro, onde 64 perderam a vida e mais de 4 mil ficaram desabrigadas e desalojadas.
Foram homenageados ainda a Patrulha de cães, da Guarda Civil Metropolitana de São Paulo, que foram fundamentais para localizar as vítimas de soterramento. Os quatro cães da GCM Metropolitana de São Paulo em dois dias ajudaram a localizar cerca de onze vítimas de escorregamento na costa sul.
Foram entregues medalhas de “Mérito Policial” aos agentes que se destacaram e a medalha “Patrulheiro Protetor e Amigo” para as autoridades civis e militares que prestaram relevantes serviços à corporação no último ano.
Entre eles, a heroína Moah, cão da Guarda Civil Metropolitana de São Paulo, que se aposenta no final de 2023, após completar 9 anos de idade. Ela ajudou no resgate dos corpos de nove vítimas. A jovem Málika, 4 anos, foi a primeira a entrar na área vermelha e farejar um casal que estava soterrado.
Moah é um cão da espécie Braco alemão, uma raça de cães desenvolvida na Alemanha por volta do século XVII pelos caçadores flamengos. É um animal muito hábil que ajudou a esclarecer e solucionar vários casos no estado de São Paulo.
Apesar de serem voltados para atuar no policiamento preventivo e comunitário, esses cães atuam ainda na proteção dos bens, serviços, instalações e nas operações conjuntas com a Defesa Civil, na busca, resgate e salvamento; também ajudam a Polícia Civil na busca de armas e entorpecentes, na contenção de suspeitos e na localização de pessoas desaparecidas.
Em 2016, Moah juntamente com Cassie, um pastor belga de Malinois, encontraram o corpo de uma mulher desaparecida havia dois meses, morta e concretada pelo marido dentro da própria casa, na zona leste de SP. Em 2022, os cães localizaram nove corpos em um cemitério clandestino mantido pelo crime organizado na zona leste paulista.
Em recente entrevista para o Hoje em Dia, da TV Record, o comandante do canil da GCM Metropolitana, Roberto Araújo Figueiredo, disse que o trabalho executado em São Sebastião foi um dos principais já realizados pelo cães farejadores do canil. O comandante chegou a se emocionar ao falar sobre a ação dos cães na catástrofe de São Sebastião.
O Canil da Guarda Metropolitana existe há 22 e a sede fica na Vila Guilherme, na capital paulista. Em seu complexo de 2.400m², com dois campos gramados, são realizados os treinamentos com os cães, com exercícios de obediência, agilidade, força, transposição de obstáculos, proteção e faro.
A Unidade ainda possui 23 boxes cobertos, que abrigam 22 cães de diversas raças, dentre elas: Pastor Belga de Malinois, Pastor Alemão, Pastor Alemão Preto, Pastor Cinza, Braco Alemão, Golden Retriever, Labrador, Doberman, e Border Collie.
Periodicamente os animais passam por avaliação, na qual uma comissão acompanha o desempenho e determina a permanência dos mesmos; aqueles que não se encaixam em nenhuma modalidade são doados aos seus adestradores ou a pessoas interessadas.
Ações Sociais
Além das atividades de policiamento, o Canil também realiza ações sociais, entre elas, a cinoterapia – terapia realizada com o auxílio de cães, com visitas aos setores de oncologia em hospitais da cidade, além de uma parceria com o Hospital do Servidor Público Municipal (HSPM). Também são realizadas ações de cunho educativo em escolas e creches, e participações em eventos como o “Domingo Aéreo”, no Campo de Marte, com apresentações de agilidade e simulação de ocorrências.