Pesquisa identifica larva do bicho-geográfico em praias de Caraguatatuba

Pesquisa está sendo feita por alunos do curso de medicina da Unitau na cidade. Em contato com o corpo humano, o parasita gera coceira exacerbada, inchaço e sensação de movimento debaixo da pele  

Alertar a população sobre o risco de doenças causadas por parasitas encontrados em fezes de animais e as consequências para a saúde. Esse é o objetivo da pesquisa realizada por alunos de Medicina do campus de Caraguatatuba da Universidade de Taubaté (UNITAU) em praias e áreas públicas da cidade do Litoral Norte.

Um dos alvos do estudo é o bicho-geográfico, uma larva que se hospeda no intestino de cachorros e gatos e pode ser transmitida por meio das fezes. Durante a pesquisa realizada na disciplina de Parasitologia Geral com os alunos do 2° período do curso de Medicina, os estudantes recolheram 20 amostras de dejetos na areia para análise. Em seis, o equivalente a 30%, foram encontradas a larva migrans cutânea, popularmente conhecida como bicho-geográfico. Não foram divulgadas em quais praias a larva foi encontrada.

Em contato com o corpo humano, o parasita gera coceira exacerbada, inchaço e sensação de movimento debaixo da pele. A espera pela remoção espontânea do bicho-geográfico não é indicada pelos médicos, tendo em vista que a demora pode acarretar em complicações. Profissionais da saúde recomendam que a pessoa infectada procure atendimento especializado para realizar o tratamento o quanto antes.

O resultado do estudo deve ser divulgado no Congresso Internacional de Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento (CICTED 2023). Para os futuros médicos, a iniciativa é uma maneira de visualizar os fatores relacionados à transmissão e à prevenção de parasitoses. A aluna Verônica Schimidtt de Paula fala sobre como o estudo contribui positivamente na vida dela.

“A experiência com a pesquisa agrega muito, pois nos aproxima do ambiente científico, que é de extrema importância, principalmente para a área da saúde. Ter contato com o desenvolvimento de um trabalho como esse, ainda mais no começo do curso, é fundamental para o nosso desenvolvimento profissional”, afirma a aluna.

Ainda de acordo com Verônica, a experiência com a parasitologia é necessária, pois é um assunto com o qual os futuros médicos devem ter contato por muito tempo. “A pesquisa que estamos desenvolvendo evidencia o quanto esse tema está presente ao nosso redor. E, por último, o fato de trabalharmos em grupo nos ajuda a amadurecer bastante, no convívio profissional e pessoal”.

A Profa. Ma. Francine Alves da Silva Coelho, responsável pela disciplina Parasitologia Geral, fala sobre a importância dessa pesquisa para a sociedade. “É essencial para a população visualizar áreas de risco, evitar a contaminação do ambiente e mudar hábitos inadequados, como não recolher as fezes de seus pets quando estão em passeios. Vale ressaltar [também] a importância do diagnóstico parasitológico nos animais”, explica a professora.

A pesquisa visa melhorar a qualidade de vida da população de Caraguatatuba. Para isso, ainda vai verificar as áreas e praias que oferecem maior risco de transmissão para a sociedade. A partir do resultado, a ideia é pensar em campanhas junto à prefeitura de Caraguatatuba para a conscientização das pessoas sobre o assunto, além da importância da manutenção da higiene de áreas públicas e da redução da população de animais de rua, por meio de campanhas de adoção, de castração e de vermifugação.

Texto de Letícia Botan/ACOM/UNITAU

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