Cresce a população de tartarugas no litoral norte paulista, segundo o Tamar

Tamar informa que aumentou a população de tartarugas-verdes na região graças a cooperação entre pesquisadores e pescadores 

 

O 41º Simpósio Internacional de Tartarugas Marinhas (ISTS41), evento global realizado em Cartagena, Colômbia, entre os dias 18 e 24 de março, reuniu um total de 583 pesquisadores de 66 países, entre eles, o Brasil. Os institutos Tamar e Gremar, do litoral paulista, estiveram presentes.

 

O tema da 41º edição foi a integração entre comunidades locais e tecnologias de monitoramento em prol da conservação das tartarugas marinhas (“Bridging communities and technology for marine turtle conservation”). O Tamar mostrou um trabalho que vem sendo feito em Ubatuba com muito sucesso e o Gremar, tratou do tema a ameaça da ingestão de resíduos sólidos e detritos pelas tartarugas-verdes (Chelonia mydas).

 

Os três primeiros dias do encontro em Cartagena foram dedicados a 12 workshops e 7 reuniões regionais. Na reunião regional de especialistas da América Latina – RETOMALA (Reunión de Especialistas sobre Tortugas Marinas en Lationamerica), o pesquisador Fábio Lira fez um depoimento pessoal sobre a importância do envolvimento comunitário nas atividades de pesquisa e conservação, e contou a sua experiência de crescer em Pirambu cercado pelas atividades da Fundação Projeto Tamar.

 

Fábio também fez uma apresentação no painel especial sobre a nova geração de pesquisadores de tartarugas marinhas oriundos das comunidades locais (Community-Based Conservation of Marine Turtles: The Next Generation).

 

 

Cresce população no LN

 

 

Em São Paulo, com a colaboração de pescadores artesanais, a Fundação Projeto Tamar acompanha a tendência de crescimento da população de tartarugas-verdes na região. A boa noticia vem através do monitoramento das capturas em “cercos flutuantes”, armadilhas de pesca que ficam ancoradas nos mesmos locais por décadas.

 

Nesse caso, as tartarugas só ficam temporariamente presas na área do cercado e conseguem respirar normalmente, por isso, não representa ameaça para os animais capturados que são devolvidos vivos ao mar. Este monitoramento dos cercos mostra o aumento de juvenis na região.

 

Para se ter ideia, no início dos anos 90, uma tartaruga verde era capturada a cada 5 dias de pesca em Ubatuba. Atualmente, já são capturadas em média uma tartaruga por dia. A cooperação entre pesquisadores e pescadores é fundamental para proteção destas espécies e na busca de soluções para reduzir as capturas e mortalidade nas pescarias, uma das maiores ameaças às tartarugas marinhas.

 

 

 

Preocupação com o lixo

 

 

O Instituto Gremar, também, participou do 41º Simpósio Internacional de Tartarugas Marinhas (ISTS41), onde apresentou resultados e abordagens específicas sobre o trabalho realizado pelo Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS).

 

Rosane Farah, bióloga e responsável técnica do Instituto, tratou como tema a ameaça da ingestão de resíduos sólidos e detritos pelas tartarugas-verdes (Chelonia mydas). Já Andrea Maranho, médica veterinária responsável técnica e coordenadora de projetos do Instituto, trouxe um relato sobre encalhe e manejo nutricional de tartaruga-cabeçuda (Caretta caretta) na Bacia de Santos.

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