A “Corrente de retorno” é responsável por 80% dos salvamentos no Litoral Norte. A corrente é o retorno do fluxo do mar, em virtude da força gravitacional, que colocam em risco a vida dos banhistas. Na última sexta-feira, dia 27, um turista de 43 anos , da cidade de Salto do Pirapora(SP), morreu afogado após “entrar” em uma corrente de retorno na praia de Ubatumirim, na região norte de Ubatuba. Foto Capa: Corrente de Retorno/GBMar.
Segundo o GBMar(Grupamento de Bombeiros Marítimos) do Litoral Norte a morte por afogamento na sexta-feira(27) ocorreu após o homem entrar na água para ajudar a sobrinha que ficou “presa” numa correnteza e não conseguia retornar a praia. A sobrinha acabou conseguindo sair do mar, mas o tio acabou se afogando. Ele foi retirado da água por funcionário de um quiosque, recebeu reanimação cardiorrespiratória, mas não resistiu e faleceu na praia.
O comandante do GBMar(Grupamento de Bombeiros Marítimos ) do Litoral Norte, capitão João Batista Rapacci, explica que a corrente de retorno é responsável por 80% dos salvamentos de banhistas feitos no mundo.
“É onde colocamos a maioria das placas de sinalização alertando sobre o “Perigo”. A maioria dos banhistas desconhece o perigo. Por isso, o banhista ao chegar em uma praia deve procurar os guarda-vidas ou moradores e se orientar sobre os riscos oferecidos pela mar do local. É difícil para um banhista identificar uma corrente de retorno. Tem que procurar um guarda-vidas e se orientar”, alerta Rapacci.
Correntes de retorno
As correntes de retorno são um risco real para banhistas, sendo uma das maiores causas de afogamento nas praias com onda da costa brasileira.
Conhecer melhor esse fenômeno, respeitar as sinalizações e instruções dos salva-vidas é fundamental para evitar situações de afogamento nas praias.
O que é corrente de retorno?
Essas correntes são geradas pelo acúmulo de água no raso, devido à ação do vento e das ondas. Elas são curtas, estreitas, ficam mais intensas próximo à maré-baixa e, principalmente, quando as ondas estão grandes, podendo chegar a 3 m/s ao fluir para fora da arrebentação.
Como evitar?
O ideal é antes de entrar no mar, principalmente, quando se está numa praia desconhecida, conversar com os guarda-vidas ou moradores para saber as condições do mar e da praia. Caso seja uma praia que tenha corrente de retorno ou seja de “tombo” é melhor evitar pois os riscos são grandes, principalmente, para idosos e crianças.
Como sair ?
Segundo os bombeiros, caso o banhista caia em uma corrente de retorno e esteja sozinho ele deve manter a calma, evitar o pânico e nunca nadar contra a corrente. O indicado é boiar e gritar por ajuda ou sair nadando lateralmente ou na diagonal da corrente. As correntes não puxam o banhista “para baixo”, por isso, deve-se boiar, procurar ficar calmo, se deixar levar pela corrente e esperar pela ajuda de um salva-vidas.
Como identificar uma corrente de retorno?
Os sinais característicos pra identificar correntes de retorno em praias com ondas são:
- Região com menor frequência ou ausência de quebras de ondas.
- Água de coloração diferenciada (mais clara ou mais escura, devido à maior profundidade ou pela agitação da areia).
- Nessa espécie de corredor, o movimento da corrente causa pequenas agitações na superfície da água.
- Frequentemente, correntes de retorno estão presentes próximo a obstáculos rígidos como pedras e rochedos ou estruturas construídas pelo homem, como espigões e molhes.
- Esteja atento às sinalizações e instruções dos salva-vidas.
*Informações obtidas com o GBMar(Grupamento de Bombeiros Marítimos do Litoral Norte) e no site oceano para leigos.