Aldeia Tekohá Djey, em Paraty, denuncia invasão e ameaças de morte

Indígenas da aldeia Tekohá Djey, em Paraty, no Sul Fluminense tiveram as terras invadidas na manhã de segunda-feira (23), e receberam ameaças de morte. Segundo relatos dos próprios indígenas, um homem que ainda não foi identificado entrou na aldeia sem autorização, fez vários xingamentos às pessoas e disse: “vou matar índio, vou matar mesmo!”

De acordo com informações de quem mora no local, esta é a segunda vez que as terras são invadidas este ano. A vice-cacique da Aldeia, Neusa Kunhã Takuá Martine informou que as providências já estão sendo tomadas: além de registrar a ameaça na delegacia de polícia local, ela acionou o Programa de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos, Comunicadores e Ambientalistas (PPDDH), a Comissão Guarani Yvyrupa (CGY) e a Articulação dos Povos Indígenas ( ARPIN Sudeste). A vice-cacique da aldeia esteve na delegacia de polícia de Paraty na manhã desta terça-feira, dia 24.

 

Aldeia

 

O Tekohá Dje’y é uma comunidade indígena Guarani Mbyá e Nhandeva no Rio Pequeno, município de Paraty-RJ composta por 43 pessoas e que ocupa aproximadamente 8 hectares. Como é comum neste tipo de território, a área sofre com invasões de terras, desmatamento e caça ilegal.

Os ataques, invasões e constantes ameaças de morte contra os Indígenas Guarani Mbyá e Nhandéva, que vivem no local, se intensificaram desde 2017, quando a ocupação foi reconhecida pela Fundação Nacional do Índio (Funai). O fato mais grave foi o assassinato do filho do cacique Demércio, João Mendonça Martins, em 2018, durante conflito com posseiros. Desde então a comunidade vem sofrendo inúmeras ameaças por parte de moradores, madeireiros e posseiros que vivem na região.

Após a invasão do território indígena nesta segunda-feira, as lideranças indígenas do local pedem mais proteção e segurança: “Não é de hoje que o nosso povo vem sofrendo ameaças. Nós continuamos resistindo e pedindo proteção às autoridades. Após fazermos o registro oficial sobre mais este fato, vamos informar ao Estado e aguardamos ações concretas. Estamos divulgando as informações, pois apostamos na solidariedade e na ação comum da sociedade. Respeito e dignidade é o que queremos,” disse Neusa Kunhã.

*Texto e fotos: Mônica Marins

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