Quatro fragatas morreram no litoral paulista após interação com linhas de pipas

Aves foram atingidas por linhas de cerol utilizadas para cortar a linha de outras pipas. A venda e o uso da linha com cerol são considerados crimes e proibidos por Lei.

 

Desde o dia 30 de dezembro, o Instituto Biopesca registrou o caso de quatro fragatas (Fregata magnificiens) que morreram por interação com linhas de pipa. Tratavam-se de duas fêmeas e dois machos, todos adultos, encontrados em praias do litoral centro-sul paulista.

 

As fragatas são aves marinhas e sobrevoam as praias, geralmente em busca de alimento. Esse é o mesmo ambiente em que as pessoas empinam pipas, principalmente nesta época de férias escolares. “Animais que interagem com essas pipas têm cortes profundos. Em decorrência disso, nunca mais conseguirão voar e acabam morrendo”, explica a médica veterinária Vanessa Ribeiro, do Instituto Biopesca.

 

As linhas de cerol e a chilena são utilizadas para cortar a linha de outras pipas. A primeira, feita artesanalmente, usa pó de vidro ou de ferro e cola; já a segunda, produzida de forma industrial, tem pó de quartzo e óxido de alumínio, que corta quatro vezes mais do que a outra.

 

A venda e o uso da linha com cerol são considerados crimes e proibidos por Lei. O uso do cerol, linha chilena ou qualquer outro tipo de linha cortante também é considerado crime penal, previsto nos artigos 129, 132 e 278 do Código Penal Brasileiro, e também no artigo 37 da Lei das Contravenções Penais. A pena é detenção e também multa.

 

A população deve denunciar o uso ilegal do cerol e da linha chilena pelo telefone 190 e também pode acionar uma viatura ao acenar para os policiais e mostrar o local em que a linha está sendo empinada.

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