O Cebimar(Centro de Biologia Marinha) da Universidade de São Paulo publicou um artigo de autoria de Vidal Haddad Junior (da Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp) e André Carrara Morandini ( do IB e CEBIMar/USP) alertando sobre um provável surto de prurido de roupas de banho (“seabather’s eruption”) no litoral norte de São Paulo. Reproduzimos o artigo abaixo:
O prurido (coceira) das roupas de banho surge quando pequenos animais (larvas da água-viva Linuche unguiculata, principalmente) ficam presos debaixo dos tecidos das roupas de banho após os banhos de mar.
Espécime jovem da água-viva Linuche fotografado em laboratório (tamanho aproximado de 1cm).
Isso causa uma coceira intensa e pápulas (bolinhas avermelhadas na pele) por baixo dos maiôs e sungas, onde as larvas das águas-vivas ficaram presas e dispararam suas células irritantes (cnidócitos).
Paciente diagnosticado com o prurido das roupas de banho (região de Camboriú, SC).
Estes casos de envenenamento não são novos e acontecem de vez em quando no litoral norte de São Paulo e no estado de Santa Catarina, mas podem surgir também em outros estados. Infelizmente ainda não existem estudos que possam indicar algum padrão de ocorrência.
Larva da água-viva Linuche fotografada em laboratório (tamanho aproximado de 1mm)
Há um provável surto da doença acontecendo no Litoral Norte de SP atualmente (nov/2022). Ainda não existe a comprovação direta com observações das larvas, apenas a dedução da causa com base nos sintomas apresentados pelos pacientes.
Caso alguém que você conheça tenha estas manifestações, explique que não é grave, mas que é necessário e recomendável procurar auxílio médico para controlar a coceira e a inflamação.
Fotos de Fábio Lang da Silveira, André Luiz Rossetto, André C. Morandini e Anabelle Klovzra.