Ubatuba quer implantar laboratório para monitorar a “maré vermelha”

A Prefeitura de Ubatuba, através da Secretaria de Pesca e Agricultura,  quer implantar no município um laboratório para fazer análises de Maré Vermelha ao longo do ano inteiro. Este ano a extração e consumo de mariscos e ostras ficou suspenso por cerca de cinco meses devido a presença da maré vermelha em praias da cidade.

A maré vermelha ocorre pela alta concentração de microalgas potencialmente tóxicas nas águas. É um fenômeno natural que ocorre no mar quando tem excesso de nutrientes e condições ambientais favoráveis, causando um ‘bloom’, uma reprodução desenfreada de microalgas, vistas apenas por microscópio, e algumas delas tóxicas.

As toxinas são absorvidas por moluscos bivalves, mariscos, ostras e vieiras, pois são filtradores de água e o consumo desses moluscos causar problemas estomacais e intestinais, como vômito e diarreia, e até problemas mais graves afetando o sistema nervoso.

Em março deste ano, a Secretaria Municipal de Pesca e Agricultura suspendeu a extração e o consumo de moluscos bivalves, incluindo mariscos, do meio natural para cultivo e comercialização. A extração e consumo de mariscos e ostras foi liberada em 21 de julho após laudos feitos no mar e em moluscos pela Secretaria Estadual da Saúde apontarem resultado de presença de algas abaixo do nível aceitável.

 

Laboratório

 

A Secretaria Municipal de Pesca e Agricultura promoveu um encontro com representantes do Instituto de Pesca para reforçar duas solicitações já formalizadas por ofício: um novo plano de contingenciamento  para monitoramento frequente da maré vermelha e a viabilização da construção e implantação de um laboratório de formas jovens para fomentar a maricultura do Litoral Norte.

O encontro contou com a presença da diretora técnica do Departamento Instituto de Pesca, Cristiane Neiva. O Instituto de Pesca é uma instituição de pesquisa científica e tecnológica que desenvolve projetos nas áreas de Pesca, Aquicultura e Recursos Hídricos, vinculada à  Agência Paulista de Tecnologias do Agronegócio  (APTA), da  Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, que  visa obter e transferir tecnologias, construir e compartilhar conhecimentos destinados à melhoria do agronegócio do pescado e da qualidade ambiental.

 Por esse motivo, a discussão principal foi a solicitação de um laboratório para fazer as análises de Maré Vermelha constantemente. Segundo o diretor de Gestão de Meios Produtivos/SMPA, Leonardo Moraes, durante a reunião foi comentado que a Apta, a Coordenadoria de Defesa Agropecuária e a Cetesb já estão se mobilizando para fazer esse monitoramento frequente referente às questões de maré vermelha, mas também necessitam de uma participação do governo local, porque essas análises preliminares tem que ser feitas localmente e a coleta precisa ser realizada na zona de cultivo.

Como se trata de um assunto de interesse regional, essa também deve ser uma pauta incluída e discutida no 1º fórum de secretários de Agricultura, Pesca e Meio Ambiente, previsto para acontecer no dia 30 de novembro em Ubatuba.  “Estudamos todas essas possibilidades e decidimos ampliar essa conversa para os outros municípios do Litoral Norte, buscando formalizar essa intenção geral de trazer as análises que hoje são feitas em Santa Catarina para o Estado de São Paulo”, reforçou o secretário de Pesca e Agricultura, Luiz Chaves.

Outra questão tratada na oportunidade foi referente ao laboratório de formas jovens. “O Instituto de Pesca já conta com a possibilidade de fomentar a produção de algas e de formas jovens e, agora, a ideia é conseguir formalizar isso e também ampliar para algumas outras espécies, como peixes ou vieiras, que também estão desfasados de abastecimento nessas formas jovens”, concluiu Moraes.

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