Guarda Ambiental comemora 30 anos em São Sebastião

A Prefeitura de São Sebastião, por meio da Secretaria do Meio Ambiente (SEMAM), comemorou na última sexta-feira, dia 4 de novembro, 30 anos de existência do Departamento de Fiscalização Ambiental, instituído em 4 de novembro de 1992 com o nome de Guarda Ambiental.

Em solenidade realizada, sábado, dia 5, no teatro municipal da cidade várias pessoas foram homenageadas, entre elas, o ex-prefeito Paulo Julião e a ex-secretária de Meio Ambiente, a jornalista Regina Helena Paiva Ramos. O prefeito Felipe Augusto e o vice-prefeito Reinaldinho participaram da cerimônia.

Paulo Julião foi o primeiro prefeito do Litoral Norte a demonstrar interesse em preservar o meio ambiente e as praias. Ele criou em 1992 a Secretaria de Meio Ambiente e a Guarda Ambiental.  Nos anos 90, a atuação da secretaria e da guarda ambiental foi muito importante para evitar prejuízos ambientais e impedir a poluição nas praias sebastianenses.

Regina, e sua página nas redes sociais conta que “Eram trinta e poucos rapazes e moças, alguns me deram trabalho, outros me deram grandes alegrias, teve um que me imitava às escondidas, um dia eu o peguei no flagra, Adorei, a imitação era perfeita. Todos foram meus amigos. Mesmo os que me deram trabalho. Gostava de todos”.
Regina com a equipe da fiscalização ambiental na década de 90
Ela conta que a  Guarda Ambiental foi criada pelo então prefeito Paulo Julião, lei 848/92, a chamada Lei Ambiental. Prestaram concurso, passaram, ficaram no Balneário esperando o prefeito Luizinho tomar posse. E com o Luizinho de Faria cheguei eu, a “fera”, como Secretária de Meio Ambiente. Implantei a secretaria, contratei gente – pessoas muito queridas, como o Antônio Carlos, geólogo que teve importância enorme na secretaria como técnico apaixonado pelo que fazia – chamei professoras para educação ambiental e até aconteceu casamento de uma delas – a Chris – com um Guarda Ambiental. o Cabrera.
“Chamei a Guarda Ambiental para perto de mim. Providenciei cursos de reciclagem, conversávamos quase todas as semanas, eu queria criar um ambiente de grupo coeso, sempre atento a favor do meio ambiente na região. Acho que fizemos coisas importantes. Tenho certeza que eu e eles colaboramos para que as coisas não se deteriorassem. Foi um período onde ensinei e aprendi muito”, finalizou Regina, que acabou deixando sua Juquehy para voltar a viver na capital.
Guarda Ambiental

A instituição era, à época, composta por 35 integrantes, e foi resultado da Lei 848/92, promulgada em abril do mesmo ano, específica para proteção ambiental. São Sebastião foi o primeiro município brasileiro a contar com uma lei sobre o tema.

Hoje, o Departamento de Fiscalização Ambiental tem em seu quadro 21 servidores municipais, entre eles engenheiros florestais, ambientais, civis, agrícolas, arquitetos, advogados, gestores ambientais, profissionais administrativos, de logística, técnicos ambientais, químicos e contábeis.

Entre as atribuições fiscalizadoras do departamento, estão o monitoramento das chamadas áreas de congelamento, locais em que não pode haver construções sem regularização, objeto de Ação Civil Pública (ACP) do Ministério Público do Estado de São Paulo (MPSP); e vistorias em Áreas de Preservação Permanente (APPs), para impedir construções irregulares de forma a proteger os mananciais, vegetações nativas e encostas de morros.

O departamento também é responsável por fiscalizar a falta de ligação dos imóveis em locais onde há rede coletora de esgoto; falta de lixeiras nos imóveis; proibição de animais nas praias, realizando orientação e autuação, se necessário; e fiscalização da limpeza de terrenos, conservação de muros e calçadas de propriedades particulares, deveres dos cidadãos sebastianenses em cumprimento à legislação municipal vigente.

Nos últimos anos, o governo municipal investiu em equipamentos tecnológicos como tablets e drones; na atualização de sistemas e softwares de suporte ao trabalho dos Fiscais Ambientais; na máquina de fumaça, usada em testes de redes de esgoto e galerias de águas pluviais; em viaturas adequadas aos diversos terrenos e outros equipamentos utilizados pelo setor para supervisionar os cerca de 114 Km de extensão territorial.

Integrando a primeira turma de fiscais ambientais, admitidos no concurso público de 1992, Jairo Moura Cordeiro dos Santos conta que, ao longo desses 30 anos, os profissionais do departamento foram adquirindo experiências, buscando qualificação e contando com a contribuição de novos colegas. “Percebemos, entre outras conquistas, o quanto o município tem controlado e evitado a imigração desordenada. Embora em alguns pontos tenham ocorrido construções clandestinas, vemos que essas não se expandiram morro acima, por ter uma fiscalização atuante”, diz.

Dino Luiz Barroso, diretor do departamento e fiscal ambiental de carreira, conta que a Fiscalização Ambiental foi, no decorrer dos anos e principalmente devido aos investimentos da atual gestão, se qualificando e equipando. “Temos, hoje, cinco equipes com carros e drones, atuando da costa norte à costa sul, atendendo denúncias de forma rápida”, diz. “Começamos todos garotos, construímos nossas famílias no município. É uma vida.”

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