O surfista ubatubense Filipe Toledo, de 27 anos, conquistou nesta quinta-feira, dia 8, seu primeiro título mundial de surfe. Filipinho venceu em Lower Trestles, na Califórnia (EUA), a WSL Finals, disputada em “mata mata” em melhor de três baterias, o brasileiro Ítalo Ferreira. Na primeira bateria, numa disputa acirrada, Filipinho venceu Ítalo por 15,13 a 14,97; na segunda bateria, nova vitória, desta vez por 16,50 a 14,93 e a confirmação do título mundial.
O ano de 2022 foi excelente para os surfistas brasileiros, principalmente, para os surfistas do Litoral Norte. Filipinho campeão mundial; Ítalo vice-campeão; o sebastianense Miguel Pupo, 6º colocado no ranking e o estreante Samuel Pupo, seu irmão, 10º colocado no ranking. Miguel e Samuel podem disputar vagas para as olímpiadas de Paris.
O tricampeão Gabriel Medina optou em cuidar de sua saúde mental e disputou apenas duas etapas em 2022. Medina já se recuperou de uma lesão no joelho e deve retornar com tudo na disputa pelo título de 2023.
Filipinho Toledo
Ao longo de toda a sua carreira profissional, Filipe Toledo representou a ponta da lança do movimento do surf progressivo. Pequeno em estatura, mas enorme com seus movimentos, especialmente no reino aéreo, a abordagem emocionante deste tornado brasileiro lhe rendeu 10 vitórias no Championship Tour desde sua estreia no CT em 2013.
Ele é um profissional de segunda geração que cresceu fora de Ubatuba, Brasil. Seu pai, e treinador de longa data, Ricardo Toledo, foi bicampeão nacional. Em 2014, com a carreira decolando, Filipe convenceu toda a família a se mudar para San Clemente, na Califórnia. Hoje, os dois filhos de Filipe com sua esposa Ana são as mais novas adições aos seus lendários churrascos de quintal.
De acordo com seus pares, a volatilidade de Toledo é a única coisa que o impede de alcançar seu sonho de um título mundial. Seu ato de voar alto também o torna vulnerável a lesões (ele ficou de fora de dois eventos em 2016) e sua paixão na juventude levou a uma série de erros mentais caros (ele foi suspenso por um evento em 2017 por seu comportamento após uma chamada de interferência).
Seu ano de estreia veio em 2015, quando ele venceu três eventos e terminou em 4º lugar. Em 2019, ele lutou pelo título mundial em Pipeline, terminando a temporada novamente como 4º na Jeep Leaderboard. Em 2021, ele chegou ainda mais perto de seu objetivo final de um título mundial, fazendo a melhor de três finais contra Gabriel Medina nas finais inaugurais da WSL. Medina o superou no que foi um dos confrontos mais explosivos do título mundial na história do surf, mas o vice-campeonato de Toledo foi o melhor resultado de sua carreira estelar.
Confira a campanha de Filipinho Toledo em 2022:
| Nome | Lugar | Pontos | Derrotado por |
|---|---|---|---|
| Pipeline Billabong Pro | 9º | 3.320 | Seth Moniz |
| Hurley Pro Sunset Beach | 9º | 3.320 | Ethan Ewing |
| MEO Pro Portugal | 2º | 7.800 | Griffin Colapinto |
| Rip Curl Pro Bells Beach | 1º | 10.000 | Nenhum |
| Margaret River Profissional | 9º | 3.320 | Nat Young |
| Quiksilver Pro G Land | 2º | 7.800 | Jack Robinson |
| Surf City El Salvador Pro | 2º | 7.800 | Griffin Colapinto |
| Oi Rio Pro | 1º | 10.000 | Nenhum |
| Corona Open J-Bay | 9º | 3.320 | Yago Dora |
| Outerknown Tahiti Pro | 17º | 1.330 | Nathan Hedge |
| Finais Rip Curl WSL | Campeão | – | – |