Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS) completa 7 anos com resgate de animais marinhos

O Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP/BS) completou sete anos de existência no último dia 20. Apenas dois institutos que atuam no PMP/BS, o Gremar e o Argonauta registraram mais de 17 mil ocorrências envolvendo animais marinhos, entre entre tartarugas, aves e mamíferos em praias da baixada santista e litoral norte paulista.

 

.

O objetivo do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS) é avaliar a interferência das atividades de produção e escoamento de petróleo realizadas na Bacia de Santos sobre as aves, tartarugas e mamíferos marinhos, através do monitoramento das praias e do atendimento veterinário a animais vivos e mortos.

 

O PMP-BS tem caráter regional e está relacionado a alguns processos de licenciamento ambiental da Petrobras na Bacia de Santos. A área de abrangência do projeto engloba os municípios litorâneos dos estados de Santa Catarina, Paraná, São Paulo e do Rio de Janeiro. A extensa área  monitorada (mais de 1.500 km de costa) é dividida em PMP-BS Área SC/PR (cuja execução é coordenada pela Univali), PMP-BS Área SP (cuja execução é coordenada pela empresa Mineral) e PMP-BS Área RJ (cuja execução é coordenada pela empresa Econservation).

 

Na baixada santista, litoral norte e sul-fluminense, o Instituto Biopesca é responsável pelo trecho 8, que incluí praias das cidades de Praia Grande, Mongaguá, Itanhaém e Peruíbe (até Barra do Una); o Instituto Gremar monitora o trecho 9, as praias de Bertioga, Guarujá, Santos e São Vicente; o Instituto Argonauta monitora as praias de São Sebastião, Ilhabela, Caraguatatuba e Ubatuba. O Instituto Econservation cuida dos trechos 11 e 12 que incluem praias de Paraty e Angra dos Reis (incluindo a Ilha Grande).

 

Monitoramento

 

Agente do Instituto Argonauta monitora as praias. Instituto é responsável pelas praias do Litoral Norte Paulista

 

Durante o monitoramento, que é diário, todos os animais vivos encontrados pelas equipes de campo são avaliados para verificar se precisam de atendimento veterinário. Se positivo, são então encaminhados a uma das 14 instalações da Rede de Atendimento Veterinário distribuídas entre Laguna (SC) e Araruama (RJ).

 

Após o tratamento, os animais são novamente avaliados para atestar se já estão aptos a serem soltos, o que ocorre após a marcação de cada um dos indivíduos. Isso permite que seja feito um acompanhamento, caso o animal reapareça em outra região.

 

Nos animais mortos é realizada necropsia para identificar a causa da morte e avaliar se houve interação com atividades humanas tais como pesca, embarcações e óleo.

 

A Rede de Atendimento Veterinário é composta por sete Centros de Reabilitação e Despetrolização de Animais Marinhos (CRD), seis Unidades de Estabilização de Animais Marinhos (UE) e uma Unidade de Necropsia de Mamíferos Marinhos, localizada no Rio de Janeiro (RJ).

 

Gremar

 

Biólogo e veterinário do Instituto Gremar avaliando baleia jubarte que encalhou na praia da Riviera de São Lourenço, em Bertioga

 

 

O GREMAR é uma organização pioneira na Baixada Santista. Desde 2004, trabalha por meio de equipes multidisciplinares com monitoramento ambiental, reabilitação de animais vitimados, cursos de capacitação profissional, atividades de educação ambiental em espaços formais e não formais e atendimento a emergências ambientais com fauna.

 

Nestes sete anos já foram registradas 6.707 ocorrências com animais marinhos pelo Instituto Gremar, nas praias de Santos, São Vicente, Guarujá e Bertioga.

 

O instituto destaca que desde então, também, obteve números recordes de registros de animais, vivos e mortos, com ampla produção de dados que são armazenados no SIMBA (Sistema de Informação de Monitoramento da Biota Aquática) e de disponibilização pública, dando margem à geração de mais pesquisas científicas, conhecimento e resultados positivos para a conservação.

 

O Gremar destaca ainda que registrou também o aumento da visibilidade das ações junto à grande imprensa e ao público em geral, por meio das redes sociais, a partir da produção praticamente diária de conteúdo relativo ao projeto. E, que a relação entre todas as instituições atuantes dentro do PMP, em capacitações, reuniões e parcerias, permite o avanço científico em prol de um bem comum: a conservação das espécies marinhas e costeiras. O instituto pode ser acessado pelos telefones 0800 642 3341 ou (13) 99711 4120.

 

Argonauta

 

Argonauta protegendo e monitorando elefante-marinho em praia de Ubatuba

 

O Instituto Argonauta é uma das 11 instituições executoras do PMP e é responsável pelo trecho 10, que compreende o Litoral Norte de São Paulo. Monitora 195 praias entre os municípios de: Ubatuba, Caraguatatuba, São Sebastião e Ilhabela.

 

Desse total, são 108,3 km percorridos diariamente por técnicos e monitores do instituto. A equipe realiza o monitoramento em busca de animais marinhos debilitados para atendimento veterinário aos animais vivos ou mortos, no qual é feito a necropsia dos animais encontrados mortos.

 

Segundo o instituto, até o momento, já foram registradas mais de 10.900 ocorrências de animais marinhos, entre tartarugas, aves e mamíferos.

 

O @institutoargonauta foi fundado em 1998 pela Diretoria do Aquário de Ubatuba e reconhecido em 2007 como OSCIP (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público).

 

Caso encontre um animal na praia, acione o serviço de resgate de mamíferos, tartarugas e aves marinhas, vivos debilitados ou mortos, pelos telefones 0800-642-3341 ou diretamente para o Instituto Argonauta: (12) 3833.4863 – 3833.5789/ (12) 3834.1382 (Aquário de Ubatuba) / (12) 3833.5753/ (12) 99705.6506 e (12) 99785.3615 – WhatsApp.

 

 

Biopesca

 

Agentes do Biopesca fazem necropsia em tartaruga-de-couro, que media 2,11 metros, em praia de Peruíbe

 

O Biopesca é uma organização não-governamental criada em 1998 em Praia Grande, litoral sul de São Paulo, com o objetivo de colaborar com a conservação da fauna marinha, principalmente de tartarugas e toninhas (Pontoporia blainvillei), uma espécie pequena e tímida de golfinho. Esses animais são ameaçados ao interagirem com as atividades pesqueiras, uma vez que podem ficar presos na rede e morrerem ao não conseguirem ir à superfície para respirar.

 

Desde que começou seu trabalho, o Biopesca realiza parcerias com pescadores a fim de sensibilizá-los para a adoção de práticas sustentáveis de pesca. Essa relação se estabelece principalmente com o monitoramento periódico da organização junto a esses profissionais a fim de pesquisar a interação da fauna marinha com a frota artesanal de pesca.

 

A organização ainda integra o Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS), atividade desenvolvida para o atendimento de condicionante do licenciamento ambiental federal das atividades da Petrobras de produção e escoamento de petróleo e gás natural no Pólo Pré-Sal da Bacia de Santos, conduzido pelo Ibama. O Biopesca também realiza ações de educação ambiental. Contatos: (13) 3356-6141 contato@biopesca.org.br

 

 

 

 

 

 

 

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *