Lixo foi a causa da morte de 27% das tartarugas necropsiadas no Litoral Norte

O Instituto Argonauta, com sede em Ubatuba, que atua no do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS), divulgou esta semana em suas páginas nas redes sociais uma informação das mais preocupantes: cerca de 27% das tartarugas encontradas mortas nas praias do Litoral Norte e que passaram por necropsia tinha lixo no estomago ou no intestino.
Um estudo da Fundação Tamar(Tartarugas Marinhas) explica que a poluição por resíduos sólidos (lixo), especialmente fragmentos de material plástico, é uma grande ameaça especialmente para juvenis da tartaruga verde (Chelonia mydas), que equivocadamente se alimentam destes resíduos, causando sérios problemas como obstrução de sistema digestivo, lesões internas e infecções secundárias. É grande o número de tartarugas marinhas que morrem direta ou indiretamente pela ingestão de lixo.
Segundo o Argonauta, só neste ano, a equipe executora do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS), nas praias de São Sebastião, Ilhabela, Caraguatatuba e Ubatuba, já registrou a ocorrência de mais de 353 tartarugas encontradas na região, 307 delas já estavam mortas quando resgatadas na areia ou no mar. 
Desse número, das 307 que estavam mortas e que foi possível realizar a necropsia, 26,8% tinha lixo no estômago e/ou intestino. Segundo o Argonauta, as tartarugas marinhas são uma das espécies mais afetadas pelo lixo marinho. Mais da metade desses animais já ingeriram algum tipo de plástico e outros detritos produzidos pelos seres humanos.
Ainda, segundo o instituto, uma pesquisa realizada pela organização internacional Oceana, 50% de todos os animais que eles pesquisaram haviam ingerido algum tipo de plástico e pelo menos 85% dos animais que ingeriram lixo nos mares são espécies em risco de extinção.
O animal quando ingere esse tipo de resíduo ainda corre o risco de morrer de inanição, devido ao fato de parar de se alimentar por sentir o volume dos materiais indigestos em seu estômago.
Aves
O lixo lançado indevidamente nos oceanos não coloca em risco apenas as tartarugas. Aves marinhas também são encontradas mortas com plástico ou lixo no estomago. Foi o que ocorreu com um albatroz-de-sobrancelha-negra encontrado morto no último dia 7 em uma praia de Peruíbe.

“Precisamos refletir constantemente sobre a forma que estamos tratando nosso ambiente e sobre as graves consequências de atitudes irresponsáveis, como o consumo desenfreado por plásticos de uso único, que causam muito sofrimento aos animais marinhos”., comentou a

a médica veterinária Vanessa Ribeiro, do Instituto Biopesca, após constatar que a ave tinha resíduos plásticos no estômago e uma garateia (tipo de anzol) no esôfago. de um albatroz-de-sobrancelha-negra encontrado morto no último dia 7 em uma praia de Peruíbe.
“Diariamente, constatamos os impactos negativos das ações humanas nos animais marinhos”, comenta a médica veterinária Vanessa Ribeiro. 
O albatroz-de-sobrancelha-negra é uma espécie de ave oceânica, que passa a vida toda praticamente em alto-mar. Tem como característica viajar pelos mares do hemisfério Sul e é bastante encontrado em território brasileiro. Uma das principais ameaças a essa espécie é a interação com a pesca de espinhel, uma técnica utilizada em alto-mar para capturar atuns e espadarte (vendido comercialmente como meca), entre outros.
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Institutos
Os Institutos Biopesca e Argonauta atuam no Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS), uma atividade desenvolvida para o atendimento de condicionante do licenciamento ambiental federal das atividades da Petrobras de produção e escoamento de petróleo e gás natural na Bacia de Santos, conduzido pelo Ibama.
Esse projeto tem como objetivo avaliar os possíveis impactos das atividades de produção e escoamento de petróleo sobre as aves, tartarugas e mamíferos marinhos, por meio do monitoramento das praias e do atendimento veterinário aos animais vivos e necropsia dos animais encontrados mortos. O projeto é realizado desde Laguna/SC até Saquarema/RJ, sendo dividido em 15 trechos. O Instituto Biopesca monitora o Trecho 8, compreendido entre Peruíbe e Praia Grande. O Argonauta é responsável pelo trecho 10, que inclui as praias do Litoral Norte Paulista.

O Argonauta atua há sete anos no Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS) tem como objetivo como objetivo avaliar os possíveis impactos das atividades de produção e escoamento de petróleo sobre as aves, tartarugas e mamíferos marinhos, através do monitoramento das praias e do atendimento veterinário aos animais vivos e mortos.

Por meio desses atendimentos que são realizados em campos ou nas bases a instituição pode levantar alguns dados necessários sobre as possíveis causas da morte desses animais quando encontram suas carcaças em estado que permita essa avaliação.
O instituto recomenda que caso encontre um animal na praia, acione o serviço de resgate de mamíferos, tartarugas e aves marinhas, vivos debilitados ou mortos, pelos telefones 0800-642-3341 ou diretamente para o Instituto Argonauta: (12) 3833.4863 – 3833.5789/ (12) 3834.1382 (Aquário de Ubatuba)/ (12) 3833.5753/ (12) 99705.6506 e (12) 99785.3615 – WhatsApp.

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