Cresce nas praias do Litoral Norte o número de pessoas “garimpando” as areias e a água do mar. Banhistas portando detectores de metais tem sido vistos rotineiramente nas praias da região.
Os detectores criam um campo magnético que, ao deparar com o objeto metálico, ouro, ferro, prata, bronze, mercúrio, alumínio induz nele uma corrente elétrica. Esta, por sua vez, também tem um campo que interfere com o primeiro. Essa variação é registrada por um medidor. Alguns aparelhos “apitam” quando identificam a presença de metais; outros, indicam “numericamente” numa espécie de GPS acoplado a haste do aparelho.
O aposentado Clélio Della Rosa, de 62 anos, de São José dos Campos, percorre mensalmente as praias de Caraguatatuba e São Sebastião em busca de joias, relógios e moedas perdidas por banhistas durante o banho de mar.
Clélio conta que há dois meses encontrou um anel de ouro branco com brilhantes, avaliado em R$ 15 mil. Ele já encontrou, também, alianças, brincos, relógios, moedas e telefones celular. Nos últimos dois meses, quatro telefones foram localizados no mar.
Ele lamenta que, ultimamente, vem encontrando muita sujeira, principalmente, latinhas e lacres de latinhas. “Às vezes, a gente coleta mais lixo, principalmente, lacres de latinhas, que são facilmente identificadas pelo detector”, contou.
Clélio argumenta que prefere percorrer as praias em dias de semana, pois aos sábados e domingos, estão mais cheias de banhistas, dificultando o “garimpo” na água e na areia. Garimpar as praias se tornou um hobby para ele.
Há quatro anos, Clélio garimpa as praias da região. Começa pela beira da água, na volta, percorre o trecho de areia, sempre acompanhado da esposa Kátia. No último domingo, dia 24, percorrendo de ponta a ponta a praia da Mococa, em Caraguá, resgatou apenas uma antiga “moeda de réis”, que segundo ele, pode ser valiosa.
Os aparelhos para detectar metais custam entre R$ 6 mil a R$ 12 mil. Clélio usa um modelo de R$ 6 mil. O aparelho tem uma base, onde fica o detector, medindo cerca de 40 centímetros de raio, uma haste de cerca de 1,5 metros de comprimento, onde fica um aparelho que através de um sinalizador indica a presença de metal, prata ou ouro. O equipamento possui, também, um coletor, usado para recolher metais na areia ou na água.