Semana Internacional de Vela em Ilhabela reúne barcos clássicos e ultramodernos

Semana de Vela de Ilhabela reúne veleiros antigos, como o Chancegger ,construído 1970(Foto acima) e embarcações supermodernas, como o Phoenix, construído em 2019
A  49ª Semana Internacional de Vela de Ilhabela, considerada a competição mais importante da América do Sul, reúne barcos antigos, chamados de “clássicos” e embarcações classificadas como “supermodernas”. A semana internacional de vela é realizada pelo Yacht Club de Ilhabela em parceria com a Prefeitura local.
Dentre os doze veleiros na disputa, um deles é especial: o Barco Chancegger . O barco de 12 metros construído na França em 1970 por um designer suíço, faz parte da história da vela tendo disputado a competição mais antiga do esporte, a America´s Cup (primeira edição em 1851), pela desafiante equipe da França.
O barco foi adquirido há doze anos pelo argentino Jose De la Vega que viveu por 40 anos em Sydney, na Austrália, e mantém uma bandeira deste país na popa. A tripulação é 90% de argentinos acostumados a disputarem a SIVI.
“Barco é original da França, Jose De la Vega comprou ele há doze anos. Primeiro ele restaurou na Birmânia, correu na Europa, Mediterrâneo, Mônaco, St. Tropez, voltou a Buenos Aires e fez a restauração toda de madeira”, conta Martin Billoch, de 62 anos, velejador olímpico que venceu regatas na classe 470 em Atlanta 1996.Apesar de ter muita experiência em raias pelo mundo, a tripulação nunca andou junta e por isso veio para a capital da Vela para curtir e disputa o maior evento da América do Sul que conta com 115 barcos: “O barco é a primeira vez em Ilhabela, a tripulação toda disputou muitas vezes. Sempre tentamos vir, às vezes conseguimos, às vezes não, é um evento super atrativo. Em Buenos Aires estamos no inverno , 5º C, e aqui é assim (sol e calor) e a competição é legal”.O objetivo da equipe não é vencer e nem derrubar outros concorrentes como o Atrevida (99 anos de idade) ou o Lady Lou (1969, de Torben Grael e Marcelo Ferreira), mas sim desfrutar de boas velejadas no histórico modelo: “Quando se corre nos Clássicos não se vêm pela competição, mas sim pelo bom momento. O Chancegger é um barco bom para o contra-vento, ele vai bem em pouco vento, nós preferimos assim pela tripulação que não tem experiência nesse barco. Não queremos quebrar nada, é o principal objetivo”.

Moderno

 

O Phoenix, um barco de 44 pés, construído em 2019, é apontado por especialistas em vela oceânica como um dos melhores projetos feitos no País, misturando velocidade e tecnologia a bordo.

 

O veleiro é um Botin 44 construído todo em carbono pelo estaleiro ML Boats, em Indaiatuba (SP) e que teve como projetista a Botin Partners Naval Architecture. O ajuste final no Iate Clube de Santos, no Guarujá (SP), teve coordenação do atleta olímpico André Fonseca e de Sérgio Rocha.

 

A embarcação pesa cerca de 5.300 quilos. O mastro instalado é de 21,75 metros. As duas rodas de leme e o grinder permitem ajudar os tripulantes a fazer manobras mais rápidas. O tamanho da área vélica chama a atenção em Ilhabela (SP), principalmente com a vela balão, àquela utilizada em ventos de popa.

 

O Phoenix disputa a classe ORC sob o comando de Eduardo Souza Ramos, o maior vencedor da competição em Ilhabela com 11 títulos divididos em barcos como Phoenix e Pajero.

 

A tripulação do Phoenix é a atual campeã da Semana Internacional de Vela de Ilhabela. Na última edição, disputada em 2019, o Pajero – um Soto40 – foi o campeão da categoria e teve o melhor desempenho entre todos os 123 participantes.

 

Outro destaque do Phoenix é o grinder – peça que parece uma manivela – usado para subir e descer as velas, principalmente para baixar o balão. É um sistema bastante importante numa regata, já que ajuda o tático a decidir as manobras nos últimos segundos.

 

A tecnologia para evitar que os cabos fique espalhados no meio do veleiro e o sistema elétrico também foram adaptados para os melhores resultados da equipe mais profissional de vela do País.

 

O Phoenix está qualificado até para a disputa do Mundial de ORC, que é considerado o maior evento de oceano do mundo. Há um similar ao Botin 44 nos Estados Unidos chamado Interlodge 4, que disputa as principais competições do Hemisfério Norte.

 

Phoenix em números

Projetista: Botin Partners Naval Architecture

Projeto: Botin44

LOA: 13,40m

Boca: 4,10m

Calado: 3,15m

Mastro: Axxon

Comprimento: 21,75m

 

 

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