Especialista em erosão costeira orienta agentes da defesa civil do Litoral Norte

As equipes da Defesa Civil do Litoral Norte participaram ontem, segunda-feira(18), de um curso sobre erosão costeira. A iniciativa faz parte do Plano Preventivo de Defesa Civil (PPDC) Ressacas. Nos últimos anos, várias praias da região vem sofrendo erosões causadas pelo avanço do mar, entre elas, a do Massaguaçu (Foto), em Caraguatatuba.

O curso que aconteceu ontem em Caraguatatuba,  por meio da coordenadoria regional do órgão, juntamente com o Instituto de Pesquisas Ambientais (Ipa/Sima), foi ministrado pela pesquisadora Científica do IPA, profa. dra. Celia Regina de Gouveia Souza, uma das maiores especialistas em erosão praial no país.

Ela promoveu um treinamento para coordenadores e agentes municipais das Defesas Civis do Litoral Norte para que os participantes possam identificar indícios de erosão costeira. Assim, será possível identificar a erosão em fase inicial e, dessa forma, proteger a população local.

Em junho do ano passado, a pesquisadora esteve em Ubatuba, conversando com o pessoal da defesa civil. A pesquisadora visitou dois locais que vem sofrendo com as ressacas e erosões costeira: a Barra Seca e a praia das Toninhas. A Barra Seca fica entre as praias do Perequê-Açu e Vermelha do Norte.

Profa. dra. Celia Regina de Gouveia Souza durante treinamento no ano passado em Ubatuba

 

 

Segundo a prefeitura, a pesquisadora propôs desenvolver um projeto, com a duração de quatro anos, que consiste no levantamento de dados para preservar ainda mais as comunidades que moram próximas às faixas de maré – principalmente as comunidades tradicionais e ribeirinhas (próximas a regiões de mangue).

Segundo a Dra. Célia Regina de Gouveia Souza, que estuda esses fenômenos desde 1992, mudanças climáticas globais elevam o nível do mar e causam eventos meteorológicos extremos, contribuindo, também, para o encolhimento da faixa de areia.

A pesquisadora comentou em entrevista concedida no ano passado, que é preocupante a situação da Barra Seca, em Ubatuba. Ela classificou como “terrível” as erosões nas praias Mococa e Massaguaçu, em Caraguatatuba. Na Mococa, a prefeitura já conseguiu aprovação federal para recuar os quiosques atingidos pelas últimas ressacas.

Abaixo a situação da praia da Mococa, antes e hoje, a praia perdeu mais de 100 metros da faixa de areia devido ao avanço do mar.

 

 

Ressacas

Ontem, segunda-feira(18), a pesquisadora esteve reunida com agentes da defesa civil das cidades da região para capacitá-los no Plano Preventivo de Defesa Civil (PPDC) Ressacas. O curso  procurou orientar os agentes a identificar a erosão em fase inicial e, dessa forma, proteger a população local.

“O treinamento capacita os coordenadores municipais da Defesa Civil, bem como os agentes da Defesa Civil do Litoral Norte, visando ao Plano Preventivo de Defesa Civil (PPDC) Ressacas, que acontece o ano inteiro e não a uma estação específica, devido às zonas climáticas e condições atmosféricas que mudam”, explicou o coordenador da Defesa Civil do Vale do Paraíba, Wander Vieira.

Os participantes do curso fizeram um treinamento específico sobre a praia Massaguaçu, da cidade de Caraguatatuba. A praia apresenta erosão desde a década de 80, principalmente, no trecho entre os kms 89 e 92 da rodovia Rio-Santos.

Nos últimos 15 anos, o avanço do mar na praia de Massaguaçu já destruiu dois quiosques, o trevo de acesso a bairro dos Tourinhos, parte do calçadão, parte da ciclovia, um deck feito pela prefeitura ao longo da orla e até de trechos de acostamento da rodovia Rio-Santos.

A prefeitura acionou por várias vezes o governo do estado que já investiu cerca de R$ 20 milhões em obras de contenção na orla do Massaguaçu. O secretário de Obras, Leandro Borella, chegou a sugerir ao estado o recuo da rodovia, mas não foi atendido. Outro secretário municipal, Marcel Georgeti, quando ocupava a secretaria de Meio Ambiente, havia sugerido o recuo da estrada e a implantação de um enrocamento e arrecifes naturais, que reduziriam a força das ondas em direção ao continente, minimizando o impacto sobre a orla e a rodovia Rio Santos. O estado descartou as sugestões.

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