Começou a temporada de pinguins no litoral paulista. os animais, principalmente, da espécie pinguins-de-magalhães, aparecem nas praias da região vindos da Argentina, Chile e Ilhas Malvinas. Normalmente, durante a rota de migração, chegam debilitados em busca de alimentos.
Os institutos Gremar e Argonauta, que atuam no Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos e Litoral Norte, estão compartilhando informações importantes sobre o que fazer quando encontrá-los em situação de encalhe e orientando os banhistas e moradores das praias da região sobre como proceder caso encontrem pinguins, buscando garantir mais chances de sobrevivência desses animais.
Em dezembro no ano passado, um grupo de nove pinguins-de-magalhães (Spheniscus magellanicus) foi reintroduzido à natureza, após serem resgatados e passar por reabilitação pelas equipes do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS) e Bacia de Campos (PMP-BC).
Após o período de reabilitação, com exames e acompanhamento médico veterinário, os nove pinguins passaram por um teste de impermeabilização, receberam um microchip e tiveram alta para soltura. Dos nove animais, quatro foram cuidados pela equipe do Instituto Argonauta e os demais vieram das instituições Econservation, também do PMP-BS da área RJ e da CTA Meio Ambiente vindo do PMP-BC, com o objetivo de formar um grupo maior para realizar a soltura. “Os pinguins são animais gregários, muitas vezes com o hábito de sair em grupo para migrar e para se alimentar”, explica Ana Paula Santos, bióloga do Instituto Argonauta.
“A soltura dos animais foi realizada em alto-mar, na corrente do Brasil (que flui para o Sul, até a costa do Uruguai) de modo que ajude os pinguins em sua jornada de volta para seu hábitat, nas costas da Argentina, Chile e Ilhas Malvinas”, explicou o oceanógrafo Hugo Gallo Neto, Presidente do Instituto Argonauta.
As informações oceanográficas para análise das condições para a soltura foram fornecidas por meio de uma parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), através da equipe do Dr. Milton Kampell da Coordenação de Ciências do Sistema Terrestre – Divisão de Observação da Terra e Geoinformática.
A melhor época para a realização da soltura seria durante o período de ocorrência dos pinguins na costa brasileira, já que eles migram nos meses de inverno rumo à região Sul e Sudeste para se alimentarem. Porém, com a necessidade de formar um grupo de animais e adequar a soltura às condições mais favoráveis de correntes marítimas, a operação foi adiada para dezembro e transcorreu de forma bem-sucedida, explicou a bióloga Carla Beatriz Barbosa, coordenadora do PMP-BS no trecho 10 pelo Instituto Argonauta.
Resgate
Gremar e Argonauta trabalham no resgate, reabilitação e, após tratamento bem-sucedido, realizam a soltura desses animais em alto mar. No ano passado, durante a migração, vários pinguins foram resgatados, tratados e soltos ao mar pelo Argonauta e GRemar. Os animais, em sua maioria, encalha nas praias da região, debilitados pelo desgaste ou sob influência de correntes marítimas, que os separam do grupo e acabam levando-os até a faixa de areia.
Segundo os institutos, a principal ação a ser tomada, portanto, é acionar a instituição ambiental mais próxima e solicitar o resgate. O Instituto Gremar, por exemplo, atende as praias de Bertioga, Guarujá, Santos e São Vicente, pelo telefone (13) 99711-4120. O Argonauta atende as praias entre São Sebastião, Ilhabela, Caraguatatuba e Ubatuba, o contato pode ser feito pelo telefone (12) 99785-3615. Ou ainda pelo telefone 0800-642-3341
Orientações
Uma vez feito o acionamento, é importante observar as orientações abaixo, até que a equipe de resgate chegue ao local do encalhe:
– De forma alguma devolver o animal para a água, o que pode aumentar seu estado de exaustão.
– Jamais colocá-lo em isopores com gelo, geladeiras ou qualquer recipiente do tipo. Quando o pinguim está nesta situação, precisa de ambientes secos e aquecidos, mesmo em dias de sol e calor. Neste caso, improvisar uma sombra até a chegada do resgate pode ajudar.
– Não tocá-lo. Lembre-se que o animal já está em uma situação desconfortável e estressante. Qualquer contato pode agravar o quadro, uma eventual lesão ou mesmo causar contaminação.