Esse fato ocorreu no fim da década de 70, quando a dupla ainda era pouco conhecida e usava um fusca para fazer suas apresentações em circos da capital, interior e litoral.
Na ocasião, o fusca pifou na chegada a Caraguatatuba, no dia em que a dupla iria se apresentar em um circo instalado na praia da cidade.
A história foi contada pela dupla ao jornalista Pedro Bial durante o especial de 50 anos exibido pela TV Globo na última quarta(1º). O especial ainda pode ser assistido no Globoplay.
Lembro bem desta história, que sempre me era contada pelo inesquecível radialista caraguatatubense Nerli Amaral, que entre os anos 70 e 80 era o “assessor” de todos os artistas que vinham até a cidade se apresentar em circos ou no Cine Caiçara.
Nerli Amaral comandava, na radio Oceânica, um programa sertanejo dos mais ouvidos em da a região. Esse episódio envolvendo a dupla, era sempre recordado pelo radialista, que em algumas vezes, chegou até a “dar carona” em sua bicicleta” para artistas que depois viraram ídolos nacionais.
Nerli Amaral na Oceânica AM |
O radialista era muito amigo dos avós de Chitãozinho e Xororó, dona Santa e Tenente Torres, que viveram durante muitos anos no bairro do Ipiranga, região central de Caraguá.
“Quantas vezes não ajudei a empurrar o fusquinha, que a dupla tinha, quando eles se apresentavam na região. Tem cantor que levei na garupa da bicicleta para se apresentar no circo”, contou ele em sua última entrevista concedida em outubro de 2017. Nerli faleceu em dezembro de 2018, aos 75 anos, vítima de câncer.
A dupla no fusca que pifou na estrada de Caraguá |
Os cantores populares ou sertanejos usavam o programa para a divulgação de suas apresentações na região, entre eles, Paulo Sérgio, Chitãozinho e Xororó e Tonico e Tinoco.
Como radialista, Nerli comandou três programas de muito sucesso: Alvorada Sertaneja, das 5 às 8 horas; Tarde Sertaneja, das 17 às 19 horas; e, aos domingo, Alô Bom Dia, das 5 às 12 horas. Liderou a audiência na emissora durante mais de 30 anos. Deixou a carreira em 2012 e faleceu, praticamente esquecido pelas autoridades locais, em 2018. Pouca gente, sabia, que ele era avô do badalado MC Guimê, que. também, pouca atenção deu ao avô ainda em vida.
Fusca
Veja reprodução do trecho do programa onde a dupla conta sobre a quebra do fusca:
A história foi lembrada por Chitãozinho, contando para Pedro Bial, das dificuldades que enfrentaram na carreira. Xororó aprofundou o assunto lembrando, que na descida da serra entre São José dos Campos e Caraguá, o fusca sofreu uma pane elétrica.
Os dois estavam sem grana, iriam receber somente após a apresentação, agendada para aquela noite. Para fazer o conserto, Xororó teve que dar seu relógio ao mecânico como garantia. Acontece, que a bilheteria do circo foi fraca e Xororó não teve como “resgatar” o relógio.
Especial
O especial foi exibido na quarta (2) em homenagem aos 50 anos de carreira da dupla Chitãozinho e Xororó.
A direção artística é de Monica Almeida e a direção-geral de Gian Carlo Bellotti,. O programa contou com a produção da equipe do programa “Conversa com Bial”, que também realizou uma entrevista com a dupla.
Para compor o musical os cantores retornaram onde tudo começou, no palco de um circo na cidade de Indaiatuba. Lá gravaram as principais musicas do especial, hits que conquistaram milhões de fás como “Galopeira”, “Sinônimos” e “Evidências”.
A ideia da apresentação foi lembrar junto aos fãs os ciclos desde o início da carreira da dupla, quando se apresentavam em circos. Além de detalhes da trajetória e histórias inéditas, o especial conta com materiais arquivados que foram feitos ao longo das décadas.
A direção artística é de Monica Almeida e a direção-geral ficou a cargo de Gian Carlo Bellotti, e o programa contou com a produção da equipe do programa “Conversa com Bial”, que também realizou uma entrevista com a dupla.