Análises iniciais feitas por biólogos e veterinários do Instituto Gremar levantam a suspeita de que a baleia jubarte que encalhou na última quinta-feira (2), na praia da Riviera de São Lourenço, em Bertioga, possa ter morrido atingida por um petrecho de pesca.
Na vistoria feita no local, eles constataram que a baleia de cerca de 11,5 metros de cumprimento, juvenil e macho, apresentava uma marca evidente de lesão causada por petrecho de pesca. Amostras foram colhidas durante a necropsia da baleia e levadas para o Centro de Reabilitação e Despetrolização de Animais Marinhos, no Guarujá (SP), para uma avaliação mais detalhada.
Foi a primeira baleia encontrada morta no litoral paulista na atual temporada de baleias, que vai de junho até setembro, quando elas cruzam o litoral da região com destino as águas mais quentes do sul da Bahia onde se reproduzem. A baleia encalhou na quinta (2) na praia de Bertioga. Uma equipe do Instituto Gremar deslocou-se à Praia de Riviera de São Lourenço, constatando que o animal já estava sem vida.
Os biólogos e veterinários do Gremar realizaram o exame de necropsia no local e constataram que se tratava de um animal da espécie jubarte (Megaptera novaeangliae), macho, juvenil, com aproximadamente 11,25m de comprimento. Eles constataram a lesão causada por petrecho de pesca, que foi retirado no dia anterior pela equipe do FAROS antes do animal encalhar, e que pode estar relacionado à causa de sua morte.
As amostras coletadas durante a necropsia foram colhidas e levadas para o Centro de Reabilitação e Despetrolização de Animais Marinhos, no Guarujá (SP), para posterior análise. Os restos do animal foram enterrados pela prefeitura de Bertioga.
Segundo dados do Projeto Baleia Jubarte, entre os meses de janeiro e agosto de 2021, 154 baleias jubarte foram encontradas mortas em todo o litoral brasileiro. Trata-se do maior número de encalhes desses animais ao longo dos últimos 20 anos. Em 2020, 70 animais foram encontrados mortos. Cerca de 20 baleias morreram com equipamentos de pesca presos ao corpo. Mais de 90% das jubartes que morreram no Brasil no ano passado tinham menos de três anos.
Alerta
O Gremar alerta que o descarte indevido de petrechos de pesca e a utilização destes materiais em áreas inapropriadas são dois fatores que historicamente ameaçam a vida marinha em nosso litoral. Por isso, ações de educação ambiental são um dos pilares de atuação do PMP-BS, não somente junto às comunidades pesqueiras, como também contemplando escolas, empresas e entidades ligadas a diversos setores da sociedade.
O Instituo Gremar fez questão de agradece a Associação dos Amigos de Riviera por todo o apoio prestado nesta ação e também à Prefeitura de Bertioga através da Secretaria de Serviços Urbanos e Secretaria de Meio Ambiente. O Gremar atua no O PMP-BS é uma atividade desenvolvida para o atendimento de condicionante do licenciamento ambiental federal das atividades da Petrobras de produção e escoamento de petróleo e gás natural na Bacia de Santos, conduzido pelo Ibama.
O projeto tem como objetivo avaliar os possíveis impactos das atividades de produção e escoamento de petróleo sobre as aves, tartarugas e mamíferos marinhos, por meio do monitoramento das praias e do atendimento veterinário aos animais vivos e necropsia dos animais encontrados mortos. O projeto é realizado desde Laguna/SC até Saquarema/RJ, sendo dividido em 15 trechos. O Gremar monitora o Trecho 9, compreendido entre São Vicente e Bertioga.
Para acionar o serviço de resgate de mamíferos, tartarugas e aves marinhas, vivos debilitados ou mortos, entre em contato pelos telefones 0800 642 3341 ou (13) 99711 4120.