O documentário `Muros da vida´, do cineasta Zoran Djordjevic, um sérvio radicado há 25 anos no Litoral Norte, foi selecionado para a 13º Festival Internacional de Filmes, que será realizado no mês de maio, em Cannes, na França. O festival acontece logo após o 75º Festival de Cannes 2022, programado para 17 a 28 de maio.
O documentário será exibido no domingo, dia 22 de maio, às 14 horas, na sala Gilbert Fort. “Muros da Vida” foi selecionado e exibido em vários festivais no Brasil e no exterior e sempre foi muito bem avaliado pelo público.
Zoran Djordjevic tem 58 anos. Nasceu em Valjevo. É casado com Zeljka. Os dois chegaram no Brasil em 1995, indo inicialmente para Caraguatatuba e em seguida, para São Sebastião. O casal tem dois filhos, Nikola, 22 anos, estudante de arquitetura e Olga, de 24 anos, estudante de odontologia.
Zoran é cineasta formado pela National Film School, de Praga. Já produziu mais de 40 filmes, no exterior e no Brasil. Na região, Zoran participou, em 2011, das filmagens do documentário “Memórias Caiçaras”, idealizado, escrito e produzido pela historiadora e professora, Rosângela Dias da Ressurreição, que retratou a vida dos caiçaras de São Sebastião. O documentário de Rosângela é considerado um dos mais importantes registros da cultura caiçara do Litoral Norte.
Muros da Vida
Zoran concluiu em 2018 as filmagens do documentário `Muros da vida´ que aborda a vida de um artista, que pinta com os pés. O documentário tem feito muito sucesso nos festivais onde tem sido inscrito.
Para realização do documentário, o documentarista, que é graduado na Academia de Artes e Ciências/Escola de Cinema e Televisão – FAMU -, da antiga República da Checoslováquia, hoje República Tcheca, a quinta mais antiga escola de cinema do mundo, reuniu uma equipe de profissionais de São José dos Campos, alguns deles membros do Núcleo de Estudos, Produção e Difusão de Cinema e Vídeo Ethos e investiu R$ 15 mil na produção do filme
O filme a vida e a obra do artista plástico, Marcos Santos, natural de São José dos Campos. Marcos nasceu com paralisia cerebral, teve a fala parcialmente prejudicada, ausência dos movimentos dos braços e das mãos, ele pinta com o pé esquerdo e ensina as criações aos jovens do bairro Campo dos Alemães, de São José dos Campos, a se expressarem por meio do desenho e da pintura, levando-as aos muros da cidade, numa ação comunitária, repleta de solidariedade, respeito, autovalorização e fé.
O minidocumentário registra o processo do artista plástico, cuja doença não o impediu de desenvolver seu talento para pintura, que começou nas Oficinas da Fundação Cultural Cassiano Ricardo e foram sedimentadas na Faculdade de Belas Artes de Mogi das Cruzes. Hoje é um artista profissional. Casado, tem 3 filhos, é avó, membro da Associação dos Artistas Pintores com Boca e os Pés.
Marcos utiliza várias técnicas, desde a clássica com o pincel, espátula, serigrafia e grafite da street art. Seu projeto de embelezar os muros do bairro é uma contribuição significativa para dignificar o descriminado bairro, contribuindo para agregar valor cultural e qualidade de vida a população.
O Projeto “Muros da Vida”, do artista tem em seu matiz pedagógico a interação das histórias individuais dos alunos, não importando sua idade e sim, sua contribuição ao processo de aprendizado, onde teoria e prática caminham de mãos dadas, um aprende com o outro, num processo de mão dupla. Fonte: Entrementes