Caraguatatuba está comemorando 165 anos de emancipação político administrativa. Ao longo dos anos, músicos e poetas prestaram suas homenagens à cidade. Vamos mostrar aqui alguns poemas e músicas que retratam a cidade. Tem bossa nova da década de 60 com o maestro Sérgio Weiss; MPB, com letra de Davi Salamene e o seresteiro José Rodrigues da Silvas; Sertanejo, com Zé da Viola; reggae, com os Bichos da Costeira; e, pop com Taty Maleski. E, um dos mais lindos poemas feitos por Renato Navarro Magalhães, também, autor da letra do Hino de Caraguatatuba.
No início da década de 60, Caraguatatuba era uma cidade muito frequentada por moradores de São José dos Campos. Naquela época, a Prainha era conhecida como a “Copacabana do Litoral Norte”, a praia mais procurada região. Muitos moradores de São José dos Campos tinham casa de veraneio na cidade, entre eles, o maestro Sérgio Weiss, que compôs a música “Caraguatatuba, Princesinha do Mar”.
A família Weiss, dona da tecelagem Parayba e da Cerâmica Weiss, dois empreendimentos comerciais do Vale do Paraíba, foi uma das primeiras a manter casa de veraneio em Caraguatatuba. O maestro Sérgio Weiss tinha na época dois grupos musicais, o Biriba Boys e o Brasilian Modern Six- que abrilhantavam bailes de aniversários das cidades, de formaturas e de debutantes e decidiu gravar uma música de autoria de Maurilio Cursino, na voz de Izael Noel Gomes do Amaral, o Zito.
Confira: Caraguatatuba, Princesinha do Mar, música de Sérgio Weiss, letra de Maurílio Cursino na voz de Zito:
Em 1965, surgiria o hino da cidade, “Caraguatatuba bonita, esplendor de beleza rara”, com letra de Renato Navarro Magalhães e música do maestro Heitor de Carvalho. O hino é apresentado em todos os eventos oficiais de Caraguatatuba.
Heitor de Carvalho era um maestro que dava aulas de música na escola Thomaz Ribeiro de Lima. Foi feito um concurso e a letra de Renato Navarro Magalhães foi a escolhida. Renato, falecido em 2004, aos 63 anos, é considerado até hoje o maior poeta caraguatatubense. Em 2001, Renato escreveu o poema “No Alto da Serra”, durante as viagens que fazia em direção à capital onde ia fazer tratamento médico, quimioterapia. Renato só ficava feliz quando o carro em que viajava, no retorno da capital, chegava ao alto da serra. É que, dali, lá do alto, ele podia avistar sua querida Caraguatatuba.
No alto da Serra (setembro de 2001)
Por mais vezes que eu suba
Esta serra verdejante,
Ao ver Caraguatatuba,
Lá de cima, do mirante,
Quanta saudade me dá!
Indo embora, em meu caminho,
Meu corpo segue sozinho,
Minh´alma volta pra lá.
Mas, se retomo à terra,
E vejo a minha cidade,
Lá do mirante da serra,
Meu Deus, que felicidade!
Como é bom voltar ao lar!
De volta, em meio ao caminho,
Já não sigo mais sozinho,
Minh´alma vem me encontrar!
Confira o hino de Caraguatatuba com o Água Viva Coral:
Em março de 1967, Caraguatatuba foi abalada por uma catástrofe, que destruiu parcialmente a cidade e causou a morte de cerca de 2 mil moradores. Uma letra de autoria do corretor de imóveis Davi Salamene musicada pelo construtor e seresteiro José Rodrigues da Silva revelou toda a tristeza que tomou conta da cidade e do país com a tragédia ocorrida em Caraguatatuba. A música chama “18 de Março”.
Davi Salamene foi um dos primeiros corretores de imóveis da cidade, faleceu em 2015 aos 81 anos, mas sua família mantém imobiliária até hoje, administrada por uma de suas filhas. Zé Rodrigues, era construtor, radicado na cidade desde 1952 e um excelente músico e violeiro. Animava as reuniões com suas apresentações. Fez várias composições, como as marchinhas que animaram muitos carnavais no Náutico Clube das Palmeiras, que na época era o clube mais procurado na região para os bailes de carnavais.
Duas marchinhas compostas por Zé Rodrigues fizeram muito sucesso: “Borrachudo”( “ Eu queira ter nascido em Caraguá, nem que fosse pernilongo ou borrachudo….). Outra marchinha de sucesso na época “Me leva, meu bem me leva…Me leva para Caraguatatuba…Eu vou divertir no Náutico…Nem que seja com chuva…. Zé Rodrigues morreu em 2007, aos 72 anos. A sua música mais conhecida, no entanto foi feita a partir de um poema escrito pelo corretor Davi Salamene.
Confira: Vídeo música 18 de Março interpretada por Sinésio:
A catástrofe seria tema de outra música, na década de 90, de autoria de Zé da Viola e Luiz Gonzaga Pereira, “Caraguá Ontem e Hoje”. A música fala da recuperação da cidade após a tragédia de 1967. Confira:
Ainda na década de 90, um jovem desportista, músico e advogado Everton Luiz Ferreira, o Tom Ferreira, homenagearia Caraguatatuba com um reggae de primeira linha: “Caraguá”.
Tom Ferreira morreu muito jovem, em 1999, num acidente de carro na Rodovia dos Tamoios, tinha 27 anos de idade. Era filho de Silvio Ferreira e Lucy Ferreira, também, advogados e músicos muito tradicionais na cidade.
Confira o reggae: Caraguá
Mais recentemente, em 2017, Caraguatatuba foi homenageada com outra bela música. “Um Pedacinho do Céu”, de autoria de Taty Maleski e Vitor. A canção foi lançada nas redes sociais em janeiro de 2017, para abrir o verão daquele ano e caiu no gosto da galera.
Confira: