No último dia 2 de fevereiro, durante ação pelo Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS), uma das equipes do Instituto Gremar se deparou com uma raia da família Rhinobatidae já sem vida, presa a uma máscara de proteção facial. A ocorrência foi registrada na Praia da Enseada, no Guarujá (SP).
Ainda no local, os técnicos de campo constataram que uma das alças da máscara se manteve presa ao focinho da raia, causando lesões. É provável que o animal tenha se prendido acidentalmente ao artefato, à deriva no mar. Além do ferimento, a máscara pode ter interferido em sua natação e alimentação, possivelmente levando-a ao óbito.
Vale registrar que essa não é a primeira vez que uma máscara de proteção resulta na morte de um animal marinho. Em setembro de 2020, o Instituto Argonauta – outra instituição participante do PMP-BS -, registrou o caso de um pinguim-de-Magalhães que morreu ao ingerir material semelhante.
Cerca de 80% do lixo encontrado no mar é gerado pelo descarte inadequado de resíduos produzidos em ambiente terrestre. Uma vez em ambiente marinho, eles possuem grande capacidade de dispersão, o que traz diversos impactos não só para o ecossistema, mas para a qualidade de vida humana!
Com a necessidade do uso da máscara de proteção facial em decorrência da pandemia da Covid-19, lamentavelmente, os relatos de descarte incorreto desse tipo de material tornaram-se mais frequentes. Com o objetivo de diminuir este impacto, criou-se mundialmente a campanha “Elastic Cut”, afim de incentivar o corte dos elásticos das máscaras após sua utilização.
Essa simples atitude reduz a possibilidade dos animais ficarem presos ou enroscados caso o material seja descartado incorretamente e chegue às águas de rios e mares