Tamoios- Raio X da rodovia que leva milhares de turistas ao Litoral Norte

A rodovia dos Tamoios, principal via de ligação entre o Vale do Paraíba e o Litoral Norte, recebe anualmente cerca de 22 milhões de usuários. Entre o final de dezembro e o último dia 3 de janeiro, a rodovia registrou seu maior movimento, algo em torno de 500 mil veículos.

A Rodovia dos Tamoios (SP 099) liga as cidades de São José dos Campos e Caraguatatuba. Os 83,9 Kms da rodovia são administrados dedes 2015 pela Concessionária Tamoios. Os trechos sob concessão são: planalto, serra e vias de acessos. Ela possui intersecções com a Rodovia Presidente Dutra (BR 116), Rodovia Carvalho Pinto (SP-070), Estradas das Pitas (SP-88) e Rodovia Rio Santos (SP-55/BR-101).

O início do trecho de Concessão começa no km 11+500 (São José dos Campos) e termina no km 83+400 (Caraguatatuba). Ao longo da rodovia existem dois postos da Polícia Militar Rodoviária: no km 22 (Jambeiro) | e no km 80,8(Caraguatatuba). Existem dois postos de serviços de atendimento ao usuário: no km 19, em Jambeiro e no km 48, em Paraibuna.

A rodovia possui duas praças de pedágio:  no km 16, em Jambeiro e no km 59, em Paraibuna. O Centro de Controle Operacional da concessionária fica no km 35, em Paraibuna, onde é feita a fiscalização por videomonitoramento pela polícia militar rodoviária. A estrada tem 85 câmeras de monitoramento.

A Tamoios possui 14 passagens de fauna, sendo duas aéreas e 12 subterrâneas. Em parceria com a Univap mantém um Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (CRAS). O Projeto Tamoios de Plantio atinge marca de  400 mil árvores plantadas. Existem seis estações meteorológicas que avaliam diariamente a intensidade das chuvas no trecho de serra. Quando as chuvas passam dos 120 milímetros a rodovia é interditada em seu trecho de serra para segurança dos usuários.

A rodovia é a primeira rodovia do Brasil a contar com cobertura total de Wi-Fi. A rede permite acesso ao App Tamoios e contato direto com o Centro de Controle Operacional através do Botão SOS oferecendo maior conforto ao usuário que pode acionar o serviço de atendimento de qualquer lugar da rodovia e sem precisar sair do veículo.

Segura

Apesar de enfrentar movimento intenso de veículos nos feriados prolongados, a Tamoios a partir de sua concessão, tornou-se uma rodovia muito segura. Nos seis anos antes da concessão, foram registradas 152 vítimas
fatais, e em 6 anos sob administração da Concessionária Tamoios, foram 17 (redução de 89%).

Da mesma forma, houve redução de acidentes de 6.745 para 2.151 (redução de 68%), e redução
de vítimas feridas de 2.938 para 1.078 (redução de 63%). Os trabalhos articulados com a Polícia Militar Rodoviária, Corpo de Bombeiros, Defesa Civil e demais órgãos de atendimento e emergências permitem alto desempenho das equipes no
atendimento das ocorrências. Os acidentes, principalmente, envolvendo caminhões, ocorrem no trecho de serra da rodovia.

A velocidade média é de 80  Kms/h no trecho de planalto onde existem duas pistas. Em dois trechos, o limite é de 60 Kms/h. No trecho de serra, em pista única, a velocidade média é de 40 Kms/h. No trecho de serra, a velocidade deverá ser aumentada apenas quando da conclusão da duplicação.

Obras

A duplicação do trecho de serra com extensão de 21,5 kms, terá 12,8 kms de túneis(entre eles, o maior túnel do país com 5,5 Kms de extensão) e 2,6 kms de viadutos. Um trecho de 4 kms já está em operação do km 60 ao km 64, em
Paraibuna.

A duplicação do trecho de serra recebeu inúmeros prêmios até mesmo internacionais pela tecnologia e engenharia empregada. Um dos destaques dessa obra foi a utilização de um teleférico de cargas (cable crane) na construção de uma das pontes da nova serra. O equipamento permitiu a montagem de um viaduto de cima para baixo e a preservação de uma área equivalente a 40 campos de futebol de Mata Atlântica. Foi a primeira vez que a solução foi utilizada no Brasil.

Cable crane: veio da Áustria, movido por motores, elétrico e hidráulico, o guincho iça as cargas e as transporta por cabo de aço por um trecho de 394 m de vão entre duas torres. Capacidade de caga: 20 toneladas, Capacidade da cabine: 10 pessoas. Sistema de controle de operação: 6 câmeras e controle remoto

A concessionária também fez alargamento de curvas: foram ampliadas curvas dos kms 72,6/ 72,9/ 73,4/ 74,1/ 76,8/ 79,1 e
79,5 aprimorando a geometria e as condições de segurança na rodovia. O trecho de serra é iluminado desde 2017. A estrutura proporciona maior conforto e segurança aos usuários que viajam no período da noite. Houve aumento de 20% no fluxo noturno após a inauguração do sistema. O trecho iluminado vai do km 64,2 ao km 80,4 e conta com 621 postes.

O trecho de serra existente vai operar como pista de descida e o novo trecho em construção será a pista de subida. A obra, orçada em R$ 2,9 bilhões, está sendo executada pela Construtora Queiroz Galvão que já empregou cerca de 3 mil funcionários, no pico da obra. A obra está 98% concluída. Deve ser entregue ao tráfego no primeiro semestre de 2022.

Confira vídeo sobre como vai ficar a nova Tamoios:

 

Turismo

A maioria dos usuários da Tamoios desconhece as belezas e atrações que ficam a margem da rodovia. Apenas em Paraibuna, existem cinco boas atrações: a represa, o mirante, a Igreja de Santo Antônio, a bica de água e o mercadão da cidade, onde se pode comprar uma boa cachaça, queijos e linguiças.

 

Existem bons restaurantes ao longo da Tamoios, entre os preferidos, o Ranchinho e o da Comadre. Um dos mais interessantes é o do “Tico”, que apesar da simplicidade, tem excelente gastronomia caipira e bons preços. Seu torresmo é considerado um dos melhores da região. O restaurante vende peças antigas. Vale a pena dar uma parada  por lá.

 

 

História

Tamoios foi aberta ao tráfego em1935

A rodovia dos Tamoios foi aberta ao  tráfego em 1935. Até então o acesso entre o Vale e o Litoral Norte era feito apenas pelos tropeiros, que faziam a continuação da viagem, que terminava em Paraibuna. Os ônibus saíam de São José e iam apenas até Paraibuna. A descida da serra só era possível nos lombos dos burros ou cavalos ou a pé, por picadas, que cortavam as matas e os morros em direção a Caraguá.

A construção da estrada foi iniciativa do capitão Edgard Armond. A idéia, na época, já era aproveitar melhor os recursos oferecidos pelo porto natural de São Sebastião. A Secretaria Estadual da Viação autorizou a construção e o seu traçado em 1932. Foi criada a Companhia Independente de Sapatadores, sob o comando do capitão Armond, para tocar as obras, que começaram por Paraibuna, seguindo em direção a Caraguatatuba. A estrada, no trecho entre Caraguá e o alto da serra, foi concluída em 1935, sendo inaugurada pelo engenheiro Vicente Huet Bacelar.

Ao longo dos anos, a Tamoios recebeu inúmeras melhorias, que acabaram agilizando o acesso entre o Vale do Paraíba e o Litoral Norte. Na década de 80, o Estado tentou implantar a rodovia do Sol, um novo traçado entre o vale e o litoral, mas a ideia foi rechaçada pelos ambientalistas. Em 2015, foi iniciada a duplicação da Tamoios.

 

 

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