Caraguatatuba lidera ranking de incidências de raios no Litoral Norte

O verão é um período de maior incidência de raios no país.  São cerca de 70 milhões de raios por ano no país. Entre os meses de dezembro e janeiro é comum o aumento da incidência de raios no Litoral Norte. Os técnicos dos Elat((Grupo de Eletricidade Atmosférica) do Inpe(Instituto Nacional de Pesquisas espaciais) suspeitam que o aumento na incidência esteja ligada ao fenômeno “El Niño” ou “El Ninã”, ou seja, ao aquecimento acima do normal das águas do oceano Pacífico. Foto acima: Léo Flores.

Segundo dados do ELAT, através de um levantamento feito entre 2011 a 2020, Caraguatatuba é a cidade com maior densidade de descargas 4,169 por quilômetro quadrado/anualmente. No ranking estadual de densidade de raios Caraguatatuba ocupa a 551ª colocação e no ranking nacional, a 2.457ª colocação. Ilhabela é a segunda cidade com maior densidade de raios na região: 3,674 por quilômetro quadrado/anualmente. Ilhabela ocupa a 623ª colocação no ranking estadual e a 2.844ª posição no ranking nacional.

Ubatuba é a terceira cidade da região com maior descarga de raios: 3,260 por quilômetro quadrado/anualmente. Ubatuba ocupa a 636ª posição no ranking estadual e a 3.120ª colocação no ranking nacional. No levantamento não consta a cidade de São Sebastião.

Mortes

Segundo levantamento da Elat, com base nos anos de 2000 a 2019,  foram registrados 2.194 mortes por aios no país. Em São Paulo, foram 327 óbitos, a maior parte na capital paulista.

A região tem registros de mortes causada por raios. Em janeiro de 98, a adolescente Natalie Cafaffo Domingues, 12 anos, morreu após ser atingida por um raio na praia de Boracéia, a 60 quilômetros do centro de São Sebastião. Ela chegou a ser levada ao pronto-socorro de Bertioga (SP), mas chegou morta.
Em fevereiro de 2001 o surfista Victor Hugo de Souza, 14 anos, morreu após ter sido atingido por um raio, na praia de Itamambuca, em Ubatuba. Em 2009, na Fazenda Serramar, em Caraguá, morreu Vanderley Oliveira, de 36 anos atingido por um raio.

Em 2015, foi registrada a morte do lavrador Flávio César Alves de Carvalho, de 44 anos, no Monte Valério, em Ubatuba. Em janeiro de 2019, em Ilhabela, um adolescente de 17 anos morreu após ser atingido por um raio no Pico do Baepi.

Em março deste ano, morreu o surfista e mergulhador Maike Finessi, de 39 anos. Ele foi atingido por um raio durante uma pescaria em Ubatuba. Segundo relatos de pessoas próximas à família, Maike estava navegando em um barco pequeno, de alumínio, quando foi atingido pela descarga elétrica. Seu corpo foi encontrado na manhã de ontem por uma equipe do Corpo de Bombeiros, boiando em uma praia do município.

Dicas

O Elat (Grupo de Eletricidade Atmosférica), do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), orienta que a água salgada é um potente condutor de eletricidade. Isso significa que as pessoas devem evitar o mar em casos de ocorrências de raios. Se a ação do raio no solo é de cerca de 100 metros, quando ele atinge a água do mar sua atuação passa a ser de até 5 quilômetros. A recomendação é que as pessoas se abriguem em carros e casas até o final da tempestade.

 

Veja algumas informações interessantes sobre os raios:

 

Raio e relâmpago são praticamente sinônimos. Segundo alguns dicionários, a diferença entre os dois está no fato de que o raio é apenas o clarão proveniente da descarga elétrica entre uma nuvem e a terra, enquanto o relâmpago é, também, a descarga entre duas nuvens. Já o trovão é o estrondo produzido pelas descargas elétricas atmosféricas.

 

Raio é uma corrente elétrica muito intensa que ocorre na atmosfera com típica duração de meio segundo e típica trajetória com comprimento de 5-10 quilômetros. Ele é conseqüência do rápido movimento de elétrons de um lugar para outro. Os elétrons movem-se tão rápido que eles fazem o ar ao seu redor iluminar-se, resultando em um clarão, e aquecer-se, resultando em um som (trovão).

 

Relâmpagos ou raios podem ser perigosos. A chance de uma pessoa ser atingida por um relâmpago é algo em torno de um para um milhão. Entretanto, a maioria das mortes e ferimentos não é devido à incidência direta e sim a efeitos indiretos associados a incidências próximas ou efeitos secundários dos relâmpagos.

 

A corrente do relâmpago pode causar sérias queimaduras e outros danos ao coração, pulmões, sistema nervoso central e outras partes do corpo, através de aquecimento e uma variedade de reações eletroquímicas. A extensão dos danos depende da intensidade da corrente, das partes do corpo afetadas, condições físicas da vítima e condições específicas do incidente.

 

Cerca de 20 a 30% das vítimas de relâmpagos morrem, a maioria delas por parada cardíaca e respiratória, e cerca de 70 % dos sobreviventes sofrem por um longo tempo de sérias seqüelas psicológicas e orgânicas. As seqüelas mais comuns são diminuição ou perda de memória, diminuição da capacidade de concentração e distúrbios do sono.

 

Prevenção contra raios

 

-Entre num carro com capota de metal e ali permaneça. Os pneus do carro funcionam como isolantes.
-Evite lugares  descampados (praias,  campos de futebol etc).
-Os raios normalmente procuram pontos mais altos e, nesses lugares, sua cabeça pode ser o alvo. Se estiver em campo aberto, permaneça agachado. Não se deite no solo, pois a terra úmida é condutora de eletricidade.
-Se estiver dentro da água, saia. Não permaneça na praia.
-Se estiver em campo aberto, permaneça agachado. Não se deite no solo, pois a terra úmida é condutora de eletricidade.
-Nas tempestades, evite o mar e as piscinas. Não utilize o celular ou qualquer aparelho de radiocomunicação durante uma tempestade.
-Fique longe de torneiras e canos, pois quaisquer desses objetos podem conduzir eletricidade. Não use o telefone, exceto em caso

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