Entre agosto de 2019 e março de 2020 várias praias de 11 estados brasileiros foram poluídas por manchas de óleo. Agora, dois anos e meio depois, a Polícia Federal concluiu a investigação e apontou os culpados pela poluição.
A Polícia Federal indiciou a empresa, o comandante e o chefe da máquina do navio NM Bouboulina, de bandeira grega, pelo vazamento de óleo que poluiu praias de 11 Estados brasileiros em agosto de 2019.
A PF apontou que o comandante Konstantinos Panagiotakopoulos e o chefe de máquinas Pavlo Slyvka deixaram de comunicar às autoridades o lançamento do material no oceano. A Delta, responsável pelo navio, e os dois tripulantes, foram indiciados em crimes previstos na lei ambiental, entre eles, causar dano direto ou indireto às unidades de conservação e causar poluição que resulte em danos à saúde.
As primeiras manchas de óleo chegaram às praias do Nordeste no final de agosto de 2019 e até março do ano seguinte se espalharam por mais de 2 mil quilômetros. A estimativa do IBAMA é que 5 mil toneladas de resíduos tenham sido recolhidas em 1.009 localidades de 11 Estados.
A suspeita sobre o navio Bouboulina surgiu ainda em 2019 depois que o cruzamento de imagens de satélite indicou que o navio havia transitado pelo local suspeito. Enquanto analisava o material, a PF também recebeu o conteúdo de uma apuração administrativa feita pela Marinha que apontava no mesmo sentido.
Outro documento, do Centro de Capitães da Marinha Mercante, trouxe uma análise das circunstâncias do derramamento e descartou possibilidade de acidente. Os indícios, segundo o estudo, sinalizam para um possível depósito proposital ou limpeza dos tanques.
O inquérito também analisou as amostras de óleo coletadas em vários pontos do litoral e concluiu se tratar de petróleo proveniente de poços da Venezuela. O Bouboulina, também cita a PF, havia desatracado do porto venezuelano José Terminal Sea Island no final de julho de 2019, dias antes do surgimento das manchas. A PF calcula em seu relatório final um dano mínimo de R$ 188 milhões para o governo federal. O órgão ainda elabora um laudo do valor total que vai considerar outros fatores como o prejuízo às comunidades pesqueiras e ao turismo. Fonte: PF e Petronotícias